Três pessoas teriam sido agredidas por populares após incitação de policiais militares. Grupo de teatro levou o caso ao secretário da Segurança, Roberto Monteiro, que prometeu encaminhar a demanda à Corregedoria da Polícia Militar
28 Mai 2010 - 00h54min
O espetáculo teatral Rãmlet Soul estava sendo realizado na praça José de Alencar, no Centro(Foto: ULISSES NARCISO/DIVULGAÇÃO)
A penúltima apresentação do espetáculo Rãmlet Soul, ocorrida na terça-feira, 25, na praça do Theatro José de Alencar, contou com um elemento extra: um minuto de silêncio pelas vítimas de violência. Mas não vítimas criadas por William Shakespeare ou Heiner Muller & escritores que inspiraram a produção. O ato veio em protesto à postura de três policiais militares que teriam incitado populares a agredirem os atores. A versão foi repassada ao O POVO pelo produtor-executivo e pelo diretor da peça, Rodrigo de Oliveira e Thiago Arrais, respectivamente.
Segundo Thiago, os policiais teriam abordado os artistas acusando-os de atentado violento ao pudor. Motivo: alguns estavam apenas de toalha. Interpretavam michês. ``Eles exigiram que a gente se retirasse, mas o pessoal reivindicou o direito de trabalho em espaço público. Aí, eles ficaram mais agressivos e disseram que aquilo não era trabalho, mas -sem-vergonhice-``, narrou.
Esse teria sido o estopim para um dos PMs gritar para quem assistia à encenação: ``Mostrem pra eles o que é teatro``. Resultado: três atores (Júnior Barreira, Saymon Moraes e Sol Mouffer) teriam sido agredidos com socos, tapas e pontapés por populares, segundo versão dos artistas.
O grupo não chegou a registrar Boletim de Ocorrência (BO). Porém, por intermédio da diretora do Theatro, Izabel Gurgel, encaminhou ofício aos titulares da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Monteiro, e da Secretaria da Cultura (Secult), Auto Filho, narrando o episódio e solicitando a intervenção dos órgãos.
De acordo com ela, Monteiro comprometeu-se a encaminhar o caso à Corregedoria da PM. A denúncia pode ir parar no Ministério Público. Os atores queixam-se inclusive de homofobia.
Desconhecimento
O relações públicas da PM, major Marcus Costa, afirmou ao O POVO que a corporação só tomou conhecimento do caso através da imprensa. Conforme ele, como a corregedoria foi acionada, um procedimento administrativo será aberto. Os PMs poderão se defender das acusações e, se forem condenados, sofrerão sanções. ``Desde advertência à restrição de liberdade. Mas nenhuma versão nos chegou até agora-, pontuou.
Fonte: http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/988484.html
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Atores denunciam PMs por agressão física e moral
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