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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Paracuru e Granja são os municípios com mais flagrantes de trabalho escravo no Ceará; veja lista

Mais de 560 trabalhadores foram resgatados de situações análogas à escravidão no Ceará desde 2003. Os números deixam o Estado na 18ª posição no "ranking" do trabalho escravo entre estados brasileiros. Foram 63 operações antiescravidão no Estado desde 2003, de acordo com dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil.

Os dados, mantidos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), apontam Paracuru como município onde maior número de trabalhadores foram resgatados no Ceará, com 141 egressos. Dando sequência à série de reportagens Radiologia da Escravidão Moderna, O POVO Online divulga a lista dos seis municípios com o maior número de casos registrados no Ceará.

1º) Paracuru – 141 resgates


A menos de duas horas de viagem de Fortaleza, o município do Litoral Oeste lidera a "lista suja" sobre o trabalho escravo no Ceará. O alto índice registrado se deve a uma única operação, deflagrada em setembro de 2008, que resgatou 141 trabalhadores de uma indústria de álcool do município.

Os trabalhadores foram encontrados em situação degradante de trabalho, sem equipamento de proteção individual – como óculos e luvas – para o corte de cana-de-açúcar e de pés descalços. Com cinco menores de idade no grupo, os resgatados trabalhavam oito horas por dia recebendo baixos salários e com estrutura precária, sem alimentação e nem sequer água.

2º) Granja – 118 resgates

A poucas horas de viagem do cartão postal da praia de Jericoacoara, o município de Granja é outro que aparece em posição destacada na lista do trabalho escravo no Ceará. Os números são puxados por operação deflagrada pelo Ministério do Trabalho em dezembro de 2013, que resgatou 96 operários em fazendas de pó de carnaúba do Município.

Segundo a pasta, trabalhadores não tinham acesso a água potável e trabalhavam sem "condições mínimas" de higiene, sem instalações elétricas ou sanitárias. Eles relataram que bebiam água sem filtragem, em copos coletivos, e que o almoço e o jantar - compostos de apenas arroz e feijão - eram preparados em fornos improvisados de latas de querosene.

3º) Beberibe – 55

Cenário do talvez mais conhecido caso de trabalho escravo no Ceará, Beberibe entrou na "lista suja" do tema em março de 2006, após operação do Ministério do Trabalho flagrar cerca de 40 trabalhadores de situação precária em uma fazenda do Município.

Na época, imagens dos trabalhadores em alojamentos sem condições mínimas de higiene e água potável percorreram o País. Trabalhando por várias horas diárias e sem equipamentos ou direitos trabalhistas, os trabalhadores foram resgatados de plantações de frutas.

4º) Parambu – 51 resgates

No coração dos Inhamuns, Parambu entrou para a lista do trabalho escravo após operação resgatar, em outubro de 2008, 51 trabalhadores de carvoaria do Município. Segundo o Ministério do Trabalho, os trabalhadores passavam vários dias em barracões improvisados de toras de madeira cobertos por lonas plásticas, sem água potável ou banheiros.

Submetidos a jornadas exaustivas de longas horas e com poucos descansos, eles desenvolviam atividade de alto risco, com corte de madeira e produção de carvão, sem quaisquer equipamentos de segurança ou acesso a material de primeiros socorros.

5º) Sobral – 48 resgates

Alvo de duas operações na década passada, Sobral entrou na lista suja após operação do Ministério Público do Trabalho resgatar 24 trabalhadores de uma fazenda no distrito de Caioca, afastado da sede. Deflagrada em fevereiro de 2006, a operação trouxe o primeiro caso oficial de trabalho escravo registrado no Ceará.

Recrutados em municípios do Maranhão com promessas de altos salários, os trabalhadores acabaram endividados com os próprios empregadores por conta de cobranças de alimentação, transporte e utensílios de trabalho. Por meses, eles fizeram limpezas de linhas de transmissão da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) para uma empresa terceirizada.

"Eles estavam num local completamente abandonado, junto com fezes de animais, sem estrutura para dormir e sem local para fazer as necessidades fisiológicas", disse, à época, o procurador do Trabalho Carlos Leonardo Holanda.

6º) Caucaia – 26 resgates

Segundo maior município do Ceará, Caucaia entrou para a lista suja do trabalho escravo em 2014, após operações simultâneas em quatro propriedades rurais do Estado resgatarem 13 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Sem quaisquer condições de higiene, eles realizavam as necessidades fisiológicas em quintal anexo, repleto de entulhos e lixo.

Segundo o MPT, os trabalhadores foram resgatados no distrito de Capuã e não possuíam registro em Carteira de Trabalho, nem proteção individual, e trabalhavam na extração de carnaúba. A operação revelou ainda que eles preparavam alimentos em condições precárias, em fogueiras montadas no chão e com uso de utensílios sem qualquer higiene.

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