Natural de Sobral,a atriz contava mais de 52 anos de teatro e foi premiada pela sua atuação no cinema e na televisão. Ela lutava há meses contra um câncer de mama
FOTO: DIVULGAÇÃO
Na foto, Antonieta Noronha divide o palco com Ary Sherlock no espetáculo Na Corda Bamba
A atriz cearenseAntonieta Noronhamorreu no início da tarde desta segunda-feira, 14, no Hospital Uniclinic, emFortaleza, onde estava internada desde domingo, 13. A "dama do teatro cearense", como era conhecida, lutava há meses contra um câncer de mama. O velório está marcado para às 16 horas, no teatro Antonieta Noronha (rua Pereira Filgueiras, 4, Centro), que funciona no prédio da Secretaria de Cultura de Fortaleza, e ocorrerá durante toda a noite, possibilitando uma despedida mais calorosa de amigos e familiares.
A missa de corpo presente será realizada às 9h desta terça-feira, 14, também no Teatro Antonieta Noronha, localizado no Centro de Fortaleza. O enterro ocorrerá às 12h, no Parque da Saudade, em Caucaia. A atriz, natural de Sobral, contava mais de 52 anos de teatro e foi premiada por trabalhos de atuação no cinema e na televisão.
A bailarina Sílvia Moura, que no último mês ministrou a semana Antonieta Noronha, lamentou a perda da amiga e artista conterrânea. "É uma geração inteira que perde um pouco da memória do teatro. Ela faz parte da construção da arte no Estado e deixa um grande legado. Infelizmente, é algo que temos que lidar, pessoas da idade dela que vão nos deixando, nossos ídolos que adoecem", cita.
A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) também lamentou a morte da atriz Antonieta Noronha. ''Dama do Teatro Cearense, terá seu exemplo sempre lembrado por todos aqueles que buscam desenvolver e expressar seu talento nos palcos. Sua trajetória é um orgulho para a história das artes cênicas no Estado. Antonieta Noronha dedicou o melhor da sua vida na busca pela interpretação profunda e perfeita de cada um dos personagens que assumiu'', completou.
O secretário de Cultura de Fortaleza, Magela Lima, comentou a trajetória da atriz e lamentou sua morte. “Dona Antonieta Noronha viveu sua arte com uma intensidade impressionante. Era uma artista realizada, mesmo com todos os senões que costumam acompanhar a sina de quem se dedica à arte. Tinha orgulho de tudo o que fez, trabalhou muito, ultrapassou gerações, multiplicou amigos e encantou públicos os mais distintos. Deixa um legado de muito suor e a certeza de que a vida merece ser vivida com entusiasmo até o fim”.
Em agosto, uma série de espetáculos na capital cearense promoveu homenagens aos 50 anos de vida artística de Antonieta. Também pela comemoração, filmes com a atriz foram exibidos no Dragão do Mar e no Cineteatro São Luiz.
Vida
Antonieta Noronha nasceu em Sobral, no dia 14 de agosto de 1936 e começou a atuar aos 18 anos. Ela participou do Programa de Calouros da Ceará Rádio Clube e A Voz de Ouro ABC da rádio Uirapuru, além de integrar o Grande Coral do Conservatório Alberto Nepomuceno e cursar Arte Dramática da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Em 1964, Antonieta concluiu o curso e entrou no elenco da Comédia Cearense e do Teatro Novo, que era dirigida pelos diretores Marcus Miranda, B. de Paiva e Haroldo Serra. A atriz interpretava comédia, drama e tragédia. Na televisão, Antonieta atuou como a fofoqueira Olinda, do programa Dois na Berlinda, ao lado de Praxedinho.
No cinema, a estreia se deu com o filme "Dora Doralina" (1982), com Vera Fischer e Cleide Yácones. Foi premiada como atriz nos filmes ''O amor não acaba às 15h30min'','' Deixa-me ficar'' e ''Tempo da Ira''. No filme brasileiro ''Central do Brasil'', trabalhou ao lado de Fernanda Montenegro.
Também estão no seu currículo as produções: ''Luiza Homem'', ''Milagre em Juazeiro'' e ''A Lenda do Gato Preto''. Em 2004, a então Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet) inaugurou o teatro que leva seu nome com o espetáculo ''Um minuto de silêncio''.
Redação O POVO Online com informações do Blog do Eliomar
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