Vitor Quinderé Amora
Crime ocorreu em agosto de 2011, quando Vítor Quinderé Amora atingiu José Wildson após acidente de trânsito. Advogado de defesa assumiu erro de cliente
O advogado Vitor Quinderé Amora foicondenado a 24 anos e dez meses deprisão pela morte do comerciante José Wildson Saraiva Belém e por tentativa de homicídio contra o pai dele, José Wilson Belém, na noite desta quinta-feira, 7. Pai e filho foram atingidos pelo advogado com uma chave de fenda, durante uma briga de trânsito, treze anos atrás. Decisão ainda cabe recurso
O juiz Antônio Carlos Pinheiro Klein Filho, que presidiu o julgamento, decretou a prisão do réu logo ao fim da leitura da sentença, por volta das 22h30min. Vitor foi encaminhado para uma unidade prisional de Fortaleza imediatamente após o julgamento. Local não foi divulgado para preservar segurança do advogado, conforme o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
Durante o julgamento, que teve início às 9 horas da manhã, o advogado de defesa de Vitor, Clayton Marinho, assumiu o erro do cliente e tentou a diminuição da pena do réu. . "Merece condenação. Ele errou. Ninguém está aqui pedindo perdão, clemência, piedade ou misericórdia. Não foi um erro banal", afirmou. A defesa sugeriu que o réu fosse condenado por homicídio simples, sem a qualificação de "motivo fútil".
Os promotores Humberto Ibiapina e Lucídio Queiroz negaram a versão de que o advogado Vitor Quinderé Amora tenha sido agredido pela vítima minutos antes do homicídio. "Não foi um erro banal", afirmou o advogado de defesa.
Caso
Crime ocorreu no dia 7 de agosto de 2001, após uma colisão na rua Frei Mansueto, bairro Varjota, em Fortaleza. Na ocasião, José Wildson dirigia uma Belina e se envolveu em acidente de pequenas proporções. Acompanhado do pai, o comerciante aposentado José Wilson, na época com 66 anos, e um empregado da família, Wildson aguardava o Juizado Móvel.
''O prejuízo era pouco, foi uma batida simples e a gente já tinha entrado em acordo'', contou o comerciante aposentado, em matéria publicada pelo O POVO três dias depois da briga, em 2001. Conforme o TJCE, Vitor Quinderé buzinava insistentemente por causa do engarrafamento e quase atropelou duas pessoas que estavam no local.
Indignado com a atitude do motorista, um dos presentes teria dado um tapa no teto do veículo de Vítor, que desceu do carro gesticulando e gritando xingamentos. José Wilson tentou acalmar o agressor, pedindo que se retirasse, ao que o advogado entrou novamente no veículo. Ele retornou com uma chave de fenda na mão e atingiu José Wilson na cabeça e no ombro, conforme os autos do TJCE.
O aposentado conseguiu se desviar e amenizar os golpes desferidos pelo advogado, mas o filho, José Wildson, foi atingido na cabeça quando tentava socorrer o pai. Houve uma perfuração de 18 centímetros na caixa craniana, que causou uma lesão no tronco do cérebro, e Wildson morreu alguns dias depois.
Versão do comerciante
Na época, o aposentado José Wilson disse ao O POVO que acreditava que houve premeditação por parte do acusado ao deixar o carro distante e retornar ao local da colisão. ''Nós queremos que os fatos sejam esclarecidos. Eu sei que nada vai trazer o meu filho de volta, mas eu quero justiça'', implorou ele, em entrevista após a briga, em 2001.
Após a morte de José Wildson, dois pacientes receberam as córneas dele. Os receptores foram Júnior Pereira Alves e Breno Araújo Oliveira, que na época tinham cinco e quatro anos de idade, respectivamente.
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