Charlie Chaplin nasceu em 16 de abril de 1889. O POVO entrevistou o ator e cineasta inglês em 1953
ACERVO O POVO
Página do Jornal O POVO, publicada em 09/02/1953
Charlie Chaplin nasceu em 16 de abril de 1889. O POVO entrevistou o ator e cineasta inglês em 09 de fevereiro de 1953:
Autor: Sérgio Figueiredo
Londres, Fevereiro - (Via aérea) - Quem me deu a grande oportunidade de conversar na maior intimidade, com Charlie Chaplin, foi seu secretário particular Harry Crocker.
A verdade é que o homem é baixo, muito baixo mesmo, com os cabelos já brancos e os braços muito curtos. Mas dou inteira razão a Elza Maxwell, quando o considera "um dos homens mais atraentes, mais fescinantes e mais choramingas de todos os tempos".
Tudo nele é elegantíssimo; quando fala, as mão saltam dos braços, que saltam do corpo, que salta em si próprio, com tal doçura, que ouvi-lo falar é receber uma aula de mímica dada naturalmete pelo "maior do mundo".
Aos dezesseis anos de idade, a minha situação já era de tara consciente e febril pelo artista Charlie Chaplin. E agora que o criador de Cralitos foi recebido e condecorado por reis e "premiers" de todas as nações que visitou, eu lhe perguntei como se sente. E ele, com a maior intimidade, sorri como só ele sabe, e me responde:
- Peço desculpas, não tive essa intenção.
Quando me mostra os flagrantes fotográficos da sua recepção na comédia francesa, um "galã" a que a melhor sociedade francesa compareceu, Charlie aponta os camarotes e me diz, num sorriso sincero e bondoso:
-"The Ladies of the Court..."
Charlie é amigo de seus amigos, como era Carlitos. Porque a respeito de Picasso, Kafka, Proust ou Joyce, ele os identifica com a mesma dificuldade com que na Europa disfarçava - honestamente - o desconhecimento as celebridades que lhe eram apresentadas.
Charlie está tranquilo na sua torre de marfim. Feliz com Gona e os meninos. Tem significativa paixão por Michael, seu filho mais moço.
Numa festa de aniversário, uma garotinha da idade de Michael perguntou ao filho de Chaplin:
- Você me ama?
E o pequeno respondeu:
- Eu te amo muito mais do que você me ama.
Charlie, hoje um pai e marido felicíssimo, ri e comenta orgulhosamente:
- Um legítimo Chaplin.
O que conversamos eu e ele.
Fonte: O POVO
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