Mesmo após a reunião com o Secretário do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, e outros secretários do Governo, os manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) decidiram continuar acampados no Palácio da Abolição, até conseguirem se reunir com o governador do Ceará, Cid Gomes para acertar as reivindicações.
A reunião ocorreu na manhã desta segunda-feira (16), por volta das 10h, no Palácio da Abolição, em Fortaleza. Cerca de mil membros do MST, oriundos de 64 municípios cearenses, estão acampados em frente ao Palácio. Como forma de protesto, as duas vias da Avenida Barão de Studart foram fechadas pelos manifestantes.
De acordo com um dos membros da Coordenação Estadual do MST, Messias Bezerra, os trabalhadores rurais vieram preparados para ficar acampados no Palácio da Abolição até domingo, caso seja preciso. "Trouxemos redes, colchões e temos alimento suficientes para aguardar pelo governador", disse.
Segundo a assessoria da Casa Civil, Cid Gomes está viajando para Brasília, para resolver assuntos pessoais e só retorna na quarta-feira (18).
Bezerra falou ainda que, parte dos pontos reivindicados foge da responsabilidades dos secretários e devem ser tratados e decididos pelo Governador Cid Gomes. "Estamos na luta e esperamos que o governador nos atenda e resolva o assunto. Possivelmente, ainda nesta semana, será agendado um momento com o governador para tratarmos dos assuntos", disse o membro do MST.
Segundo o secretário da SDA, alguns pontos podem ser resolvidos pela Secretaria, outros são de responsabilidade das Secretarias da Educação e das Cidades e, ainda, existem reivindicações que somente o governador e o Governo Federal podem tratar. "Já antecipamos as negociações sobre a o garantia safra, a renegociação das dívidas que o congresso já aprovou uma medida provisória. Isso já está certo", informou Nelson.
De acordo com a representante da coordenação estadual do MST, Maria de Jesus dos Santos, existem 341 mil famílias de pequenos agricultores do Ceará, onde, desse total, apenas 30 mil são assentados e 113 mil estão no aguardo de terras. A Secretaria das Cidades ficou de analisar e verificar, junto a Caixa Econômica, como agilizar o processo da construção das casas no acampamento do bairro José Walter.
Fonte: DN
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