A TRANSIÇÃO FORA
DO CONTEXTO
(*) Silvio
P. Falcão
Quando o
poderoso chefão pensava que ia se eternizar no feudo político recém-
construído, surgiu o inesperado: a cassação de três mandatos eletivos
pertencentes à sua grei. Dois deles, legítimos representantes do esquema
autoritário do senhor Antônio Brito. O outro, mais reticente, mas sempre pronto
a colaborar mediante condições. O prefeito cassado já havia feito parte de duas
administrações anteriores na condição de vice-prefeito. Nessa condição foi
ungido candidato a prefeito e sucessor tendo em vista a coligação imposta pelos
adversários do “manda chuva”, liderados, “condicionalmente”, por aquele que
comporia a chapa majoritária com José Afrânio, Francisco Clodoveu de Oliveira
Sales, que resultou também cassado.
A coligação
acima referida foi ditada pela ameaça surgida com a candidatura de Zé
Guilherme, ex-prefeito do município vizinho [Tururu] e que vinha com grande
ostentação de poder econômico, muita gabolice e autoconfiança, além do
aliciamento de vereadores, sempre dispostos a uma negociação espúria.
Transferiu o domicílio eleitoral e fez construir, em Umirim, uma casa residencial na principal via
de acesso a esta cidade, na margem da BR-222, toda envidraçada com vidros
coloridos, com o propósito de chamar atenção. É a mais vistosa das casas da
cidade. Tratava-se de uma ameaça concreta indiscutível. José Galdino de
Vasconcelos, o condestável de Tururu e da Ultragaz vinha desafiador, e com
“gosto de gás”, muito gás!
Diante deste
quadro ameaçador o Dr. Brito parou para pensar. Viu que não podia enfrentar o novel
adversário da maneira que fez no passado, quando sozinho, elegeu o senhor João
Alexandre Teixeira e Fátima Rocha da Silva Ibiapina, prefeito e vice-prefeito de
Umirim. Ele não podia arriscar perder o feudo político construído a tão duras
penas. Precisava de ajuda. Era necessário e urgente oferecer a mão estendida
aos opositores e assim o fez. Por volta da meia-noite do último dia permitido
pela Justiça Eleitoral para o registro de chapas eleitorais, o compromisso foi
selado: Antônio Brito recebia em palácio (hoje denominado “casa grande”), os
representantes da oposição. A decisão de enfrentar o Zé Guilherme, juntos,
estava tomada!
Da refrega
eleitoral, das mais corruptas possíveis, saiu vencedor o senhor José Afrânio
Pinheiro. O perdedor não gostou. De imediato responsabilizou o senhor Mota
Brito por sua derrota. Não pensou duas vezes, e logo em seguida deu início ao
processo judicial contestando a diplomação de Zé Afrânio Pinheiro e Clodoveu Oliveira
Sales, além do senhor Hamilton Rocha Pinheiro, então presidente da Câmara
Municipal. O resultado veio tarde, na metade do mandato, mas de forma
irrefutável. Justiça foi feita! Afrânio não merecia, porque vítima inocente do
jogo e das ambições políticas desmesuradas de Antônio Brito. Foi o que vimos. O
TRE homologou, em todos os termos, a sentença prolatada em primeira instância,
da lavra da MM. Juíza Dra. Ana Cláudia Gomes Melo da 107ª Zona Eleitoral.
Em
decorrência, o jogo virou. Assumiu a direção da PMU o jovem e neófito vereador
José Pinto da Silva, eleito em 2008 para o primeiro mandato. Ocupava o cargo de vice-presidente da mesa
diretora da Câmara Municipal. Cassado o presidente, o jovem vereador “pulou”
para a direção da Prefeitura Municipal. Neste cargo interino concorreu a
eleição suplementar determinada pela Justiça Eleitoral e sagrou-se eleito, em
definitivo, no dia 04 de setembro de 2011. Hoje, dia 18, domingo, Zé da Marieta
tomou posse como prefeito efetivo do Município de Umirim, numa transição
totalmente imprevista pelos áulicos e “experts”. Zé Guilherme deu, sem querer,
sem jamais imaginar, um presente a Umirim: José Pinto da Silva.
Era difícil
imaginar que um jovem vindo do mais absoluto anonimato ascendesse tão
rapidamente ao cargo máximo do município, onde velhas raposas de muito fazem
carreira. “Cheguei, vi e venci”, esta a expressão mais adequada para se dizer a
respeito de Zé da Marieta.
E porque o
atual prefeito não deve nada a ninguém, a não ser ao povo que o elegeu,
soberanamente, não está preso a esquemas. Não pertencia ao esquema de Antônio
Brito, que em nada concorreu para elegê-lo vereador, nem muito menos ao de Zé
Afrânio, que não tinha nenhum. Está livre e desimpedido para alçar voo, livre e
independente de quaisquer amarras. Livre para governar, da maneira que, em
Umirim, somente o próprio Brito e o senhor Chiquinho Uchoa governaram. Zé da
Marieta está nas mesmas condições de igualdade. O resto que se dane, os
áulicos, os bajuladores, os preconceituosos de todas as cores e credos, etc..
Umirim tem vida nova! Os grilhões foram rompidos!
“Habemus”
alcaide! Em outros termos: temos prefeito pra valer! “Arrochado” de verdade.
Umirim,
18-09-2011.
Silvio Pinto
Falcão – nascido em Umirim; ex-professor concursado do Colégio Estadual do
Ceará – Liceu, 1961; médico formado pela FMUFC (1963); bacharel em direito pela
Universidade de Fortaleza (UNIFOR); fundador e presidente da Sociedade
Beneficente de Umirim – SBU, onde funciona, atualmente, o PSF nº 02, da PMU.
NOTA DO BLOG: Qualquer pessoa que queira contestar as informações aqui contidas, tem espaço aberto no Blog Notícias de Pentecoste.
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