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domingo, 30 de janeiro de 2011

O dia em que o fortalezense vaiou o sol em plena Praça do Ferreira

“Com o título “Vaiando o Sol do tio Claudio Pereira”, o memorialista Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Júnior faz um registro sobre o dia em que o fortalezense vaiou o sol em plena Praça do Ferreira (Centro). Confira:

Já faz pra mais de 60 anos que os fortalezenses, sem ver nem pra quê, vaiaram o sol na capital cearense: foi a 30/01/1942. Esta vai ser a primeira vez que vamos vaiar o sol sem a batuta do maior agitador cultural que Fortaleza já teve. Falo de Claudio Pereira, que vivenciava com propriedade a atitude do seu povo vaiando o próprio ícone. O totem maior. Afinal, o Ceará é a terra do sol e da luz, é epíteto. Fortaleza é cidade sol porque primeira a trazer luz da liberdade para o povo negro.

No Brasil, Fortaleza é o primeiro porto a não fazer trafico negreiro na América abaixo da linha do Equador. E antes da lei áurea ser proclamada. Tem forte razão histórica ainda a ser reverenciada.
Além de libertar o povo negro dos grilhões da escravidão. A data 25 de março de 1884 sequer consta agendada no calendário histórico da cidade. E não é por negligencia do Claudio Pereira ou minha. É que a negrada que manda, só vê o Rei Zumbi a 20 de novembro e pt saudações.
Que fazer?

Em 1942 vivíamos sob a ditadura Vargas em meio à Guerra Mundial. Fortaleza era esquina do mundo, porto estratégico na alça de mira do III Reich. Pelo menos é o que dizia a inteligência norte americana. Submarinos atacavam nas águas do Mucuripe. Fortaleza também servia como ponte aérea estratégica no combate contra o nazifascismo. Não era fácil. (A capital alencarina: de loura desposada do sol, a Iracema com os cabelos da cor da asa da graúna ( eu queria saber por que só a asa? A graúna é negra por inteiro ou ele se refere a outros cabelos, de outra parte do corpo, que não a cabeça? E ainda por cima virgem dos lábios de mel (eu queria saber se eram os pequenos ou os grandes lábios de mel? De Iracema, se de jandaira ou de caju. E o “pé grácil e nu que mal tocava a relva, que número tinha? E porque estava nu? Não tinha nenhuma sandália ou galocha a bichinha? Mal tocava na relva? Como rorejava na água…
Assim não dá, assim não pode. Então, só vai lendo…)
Fortaleza estava ocupada militarmente por norte americanos prostituindo a fina flor do abacaterol aristocrático da burguesia local tendo suas meninas em flor, reduzidas às fagueiras “garotas coca-cola”, para repasto dos soldados norte americano nas noitadas do cassino Estoril.
Enquanto isso Orson Wells fazendo “All is true” descobria ser a luz da nossa terra do sol a melhor para o cinema no mundo. Diga aí se pode?

Fortaleza vivia clima de guerra com patrulhas noturnas para extinguir fontes de luz na cidade a fim de evitar servirem de referencia para supostos bombardeios nazista; era a paranóia norte-
americana depois do ataque a Pearl Hable que justificava. Também pudera. Na certa, nas boates e bares de Fortaleza, a chegada do sol não era bem-vinda para acabar a orgia da boemia, como ainda não é.
Queriam o sol se recolhendo para esticar a noite não só literalmente, mas de fato. Daí, tome a vaia no astro-rei. São muitas as leituras. Imaginem o que Ataualpa, os Astecas, os Maias e Incas pensariam desse povo cabeça-chata, raçudo com a petulância de vaiar o próprio Deus: o sol. E logo no auge de uma guerra mundial?

Afinal o maior ícone do Ceará, é ele: o Sol. Por que? Há quem entenda a vã filosofia de vaiar o sol sem filosofia nenhuma? É verdade dizer também que o cearense ao ver a alegria e o contentamento dos indústriais da seca se babando todo com a perspectiva da volta do sol depois de três dias de agua grande que o acobertavam, o sol vir matara saudade e com o ar de ficar parasempre… possibilitando a retomada da grande indústria da seca que extermina o povo de sede e enche os bolsos de ouro! Aí o povo percebendo a tramoia da mundiça vai até a Praça do Ferreira e se poe a vaiar o sol para a volta do inverno?

O genial professor Gilmar de Carvalho escreveu uma peça teatral sobre o fato que tem até o Claudio Pereira como personagem. Desde sempre o Pereira comemorava a data nem que o sol não desse as caras. Ele estava na área. Tio Claudio Pereira dizia que era por medo e covardia que o sol tinha fugido, debaixo de chuva. Por falta de coragem de enfrentar a vaia…

Procurei no segundo ano dessa administração na Prefeitura os coordenadores da “Fortaleza Bela” para institucionalizar o fato: a vaia ao Sol. Simplesmente, não acreditaram que o povo de Fortaleza tinha vaiado o sol e desconversavam dizendo: “Coitadinho do sol… não merece isso… como é que você pode pensar uma coisa dessas?!… Foi ai que a ficha caiu. Pensavam que eu pretendia não vaiar o sol e sim vaiar o partido deles, o PSOL. Naquele ano, a prefeitura não vaiou o sol na Praça do Ferreira. Em compensação, eles foram a Porto Alegre vaiar o presidente Lula antes dele viajar para o encontro dos países ricos em Davos, depois do Fórum Social Mundial. Sem duvida o astro-rei não merece isso, muito menos o partido deles. Pra não falar do Lula, esse sim é que não merece vaia mesmo de jeito nenhum. Viver isso, assim, foi barra, que ainda me dói.

Anos depois procurei a atual secretaria de Cultura de Fortaleza. Ela me disse:” Procure fazer isso com uma ONG. Arruda você é a única pessoa que eu conheço a falar essas coisas: Cajueiro da mentira. Vaia no sol! Fiquei embasbacado ao ouvir aquilo da própria secretária de cultura da cidade de Fortaleza. Eu, por uma questão de princípios, não procuro ONGs para isso, nem acho isso tarefa de ONG. Quanto a não existir pessoas que conheço que sabem disso e conhecem a secretaria, é meia verdade. Existe uma a quem falei da historia e acredite se quiser: até gosta dela, mas não é cearense, é paulista.

Entretanto, pasmem, apareceu uma ONG trazendo um magote de palhaços lá da cidade de Itapipoca para a Praça do Ferreira com o propósito de ensinar o fortalezense como se vaia o sol em iiiiiuuuuu ou uuiiiiiimmmmm. Macularam a vaia ao sol de novo. De qualquer jeito e maneira, convido os amigos e conhecidos do Claudio Pereira e demais fortalezenses que conhecem e vivem essa historia a vaiar o sol na Praça do Ferreira. Vou vaiar no Raimundo dos Queijos, neste domingo, até debaixo d”água. Aliais, nem que chova canivete no casamento da raposa e apareça um arco-íris que eu saiba em qual das pontas está o pote de ouro. Vamos vaiar o sol.

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