Uma proposta do Governo Federal acendeu um alerta vermelho em todo o setor de formação de condutores: o fim da exigência de frequentar autoescolas para tirar a primeira habilitação nas categorias A e B. A medida, que promete baratear o processo e ampliar o acesso à CNH, pode custar caro ao Ceará — tanto na segurança das vias quanto no bolso de milhares de famílias.
Segundo o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Ceará (SINDCFC-CE), mais de 5 mil empregos diretos e indiretos estão em risco, além de 365 empresas que podem fechar as portas caso o projeto avance. O presidente do sindicato considera a proposta “populista e perigosa”, argumentando que ela desvaloriza o trabalho dos instrutores e pode aumentar os riscos de acidentes no trânsito.
O governo defende que a mudança facilitaria o acesso de milhões de brasileiros que hoje dirigem sem habilitação, alegando que o custo atual é um dos principais entraves. No entanto, para quem vive o dia a dia das autoescolas, o que está em jogo vai muito além do preço: trata-se de formar motoristas preparados para salvar vidas e respeitar as leis de trânsito.
O setor também critica a falta de diálogo com o governo antes do anúncio da proposta. “Não fomos ouvidos. As autoescolas cumprem um papel social essencial: educar, prevenir e proteger”, destaca o sindicato.
Por enquanto, as regras continuam as mesmas. Mas a incerteza paira sobre o futuro de milhares de profissionais que dedicaram suas vidas à formação de condutores responsáveis.
Mais do que uma decisão política, o debate agora é sobre qual tipo de trânsito o Brasil quer ter: um com mais liberdade — ou um com mais segurança.
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