De janeiro para março, casos mensais nessa faixa etária aumentaram 86% no Ceará; óbitos triplicaram. Cenário também é preocupante na Capital.
Apenas neste mês, 3.460 cearenses acima dos 75 anos receberam o diagnóstico de Covid-19. Nessa faixa etária, 685 pacientes morreram em razão da doença. Em Fortaleza, foram 1.333 e 639 idosos, respectivamente. Além de alarmantes por si só, os registros indicam um crescimento contínuo nas infecções pelo coronavírus entre essa população.
Em todo o Estado, os casos mensais nessa faixa etária aumentaram 86% de janeiro para março. Já os óbitos triplicaram. Na Capital, os casos mensais duplicaram e as mortes quase quadruplicaram. Os dados são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), disponibilizados na plataforma IntegraSUS e atualizados às 9h15min desta segunda-feira, 29.
O crescimento mês a mês nos casos e óbitos registrados vai de encontro a uma tendência que está sendo observada em algumas capitais brasileiras. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília anunciaram melhora nos índices na faixa etária acima dos 80 anos e associam o fato à vacinação contra a Covid-19.
Mesmo considerando somente aqueles acima dos 80 anos, os números no Ceará são crescentes. Em janeiro, 1.157 pessoas desse grupo etário foram diagnosticadas com a doença; em fevereiro, foram 1.766; e 2.034 entre 1º e 28 de março. Os óbitos avançaram de 181 em janeiro para 290 no mês seguinte e 487 em março.
Na Capital, os casos em idosos acima dos 80 anos de idade eram 405 em janeiro. Agora, até esse domingo, 28, são 778 casos registrados em março. As mortes registradas saíram de 71 para 268.
Os cearenses acima de 75 anos começaram a ser vacinados no dia 27 de janeiro. Conforme a Sesa, até a última sexta-feira, 26, 336.824 idosos receberam a primeira dose em todo o Estado. Outros 45.199 receberam as duas doses necessárias. A pasta analisa que ainda é cedo para se esperar resultados da vacinação. “A segunda dose é fundamental para que se atinja os níveis de proteção que a gente espera. Somente uma dose vai dar uma proteção mais frágil”, explica Keny Colares, infectologista da Escola de Saúde Pública do Ceará.
“Somente após duas ou três semanas da aplicação da segunda dose é que a pessoa atinge o grau máximo de proteção”, expõe. “A proteção não deve mudar. Todas as pessoas vacinadas, ou com a primeira dose ou com a segunda, devem seguir as recomendações, porque existe uma boa proteção dada pela vacina contra a doença mais grave, mas ainda é possível se infectar e continuar transmitindo”, alerta, apontando para o momento de alta circulação do novo coronavírus.
Segundo Colares, medidas como distanciamento social, uso de máscaras, ambientes abertos e ventilados e higiene respiratória ainda serão necessárias até que pelo menos 70% da população esteja vacinada. “O processo de vacinação é um processo de proteção coletiva. Até estar toda a comunidade protegida, nenhum de nós vai estar 100% protegido.”
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