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terça-feira, 9 de março de 2021

Assentadas cearenses apostam na criação de animais com o Fomento Mulher

Nos assentamentos cearenses, o Incra já investiu R$ 27,1 milhões na aplicação do Fomento Mulher, no período de 2018 a 2020.

Agricultora Maria Luziaria Vitor investiu o recurso do Fomento Mulher na criação de animais.  📷Foto: Governo Federal

O papel das mulheres nos assentamentos da reforma agrária está cada dia mais fortalecido. A participação direta nas atividades produtivas realizadas no lote vai além da ajuda ao marido. Hoje elas podem escolher os projetos que querem realizar. A modalidade Fomento Mulher, do Crédito Instalação, criada em 2018, a partir do Decreto 9.424, é a política pública que incentiva esse protagonismo. 

Nos assentamentos cearenses, o Incra já investiu R$ 27,1 milhões na aplicação do Fomento Mulher, no período de 2018 a 2020. A ação tem transformado a vida de muitas agricultoras. 

Na área de reforma agrária Caranã São José, a linha de financiamento levou um sentimento de independência e revigorou a atuação feminina para o desenvolvimento da comunidade. Com 14 famílias, o assentamento fica no município cearense de Pentecoste, a 91 quilômetros da capital, Fortaleza. 

Três mulheres de lá receberam os recursos neste ano, e dez em 2020, totalizando R$ 65 mil. Os valores foram usados na compra de matrizes de gado, ovelhas, cabras e galinhas caipiras. 

“O investimento em criações é bom porque o retorno é mais rápido”, explica Maria Luziaria Vitor, secretária da associação de assentados do local. Conhecida por todos como Yara, ela comprou material para fazer cerca, 14 matrizes de ovelhas e um carneiro reprodutor com os R$ 5 mil recebidos. 

Quase a mesma quantidade foi adquirida por Josineide Vieira Barros, outra moradora de Caranã São José. A expectativa das duas é obter uma boa renda com a venda de ovinos ou da carne de carneiro. “Esse crédito melhorou nossa vida, contribuindo dentro de casa com um dinheiro pra fazer uma criação”, afirma Josineide. 

Isso vem permitindo, ainda, a venda de produtos derivados - como leite, queijo, manteiga e carnes - a consumidores e comerciantes da região. A expectativa é integrar um espaço no mercado central da cidade, que está em reforma. “Nós temos um importante apoio da prefeitura e já fomos convidadas para vender nossos produtos no novo mercado central, estamos só esperando passar essa pandemia”, ressalta.  

Independência 

No município de Irauçuba, distante 154 quilômetros da capital, as mulheres do assentamento Arraia também apostaram na criação de animais ao acessarem o Fomento Mulher. Na área de reforma agrária, criada em 2011, moram 25 famílias e 14 delas foram beneficiadas com o Fomento Mulher no ano de 2019. O montante chegou a R$ 70 mil. 

Todas optaram por aplicar os R$ 5 mil recebidos na mesma atividade produtiva: criação de ovinos e caprinos. Cada uma adquiriu os animais desejados e algumas também construíram cercados. 

De acordo com Raimunda Nonata de Sousa, 48 anos, casada, mãe de quatro filhos, foi uma boa opção. “Eu sempre sonhei em iniciar a minha criação, mas não tinha como. Investi na compra de dois ovinos (uma ovelha e um carneiro reprodutor) e cinco caprinos (cabras), além de arame, grampo e estacas para o cercado”, enumera. 

De 2019, quando recebeu o crédito, até hoje, a criação de dona Raimunda já dobrou de quantidade. Atualmente, são 16 animais. “Ainda não vendi nenhum, mas já usei para consumo da nossa família, e o leite que eles produzem só usamos para sustento das crias”. Ela diz se sentir valorizada em poder escolher trabalhar com o que realmente gosta. “Essa vivência no campo me faz muito bem”, garante.

Já Antônia Lúcia Sousa Pinto, 56 anos, casada, mãe dois filhos, iniciou o projeto com a ajuda do Fomento Mulher. “Usei todo do recurso na compra de 17 animais, entre ovinos e caprinos. Hoje já tenho 30”, conta Lúcia, enfatizando que se não fosse o período de seca, que levou à perda de alguns animais, o rebanho seria maior. 

Lúcia destaca o fato de todas as 14 mulheres terem escolhido a mesma atividade produtiva para empreender. Segundo ela, isso proporciona ajuda mútua. “Se eu preciso de uma medicação para o animal e não tenho, mas outra assentada tem, então ela empresta e assim vamos tornando nossa luta mais fácil”, explica. 

As mulheres dos dois assentamentos concordam que o Fomento Mulher reflete em mudanças positivas no papel da mulher no campo e no âmbito familiar. “O crédito ajudou a tornar as mulheres mais independentes. Agora todas as mulheres podem produzir, vender sua produção, se sentem satisfeitas, a autoestima muda”, revela Yara. 


Incra/ Governo Federal

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