Aumento de exportação está condicionado ao retorno das feiras internacionais para divulgação do produto.
Os setores da agroindústria ligados à cajucultura miram incremento entre 10% e 20% de demanda vinda do mercado europeu em 2021. A cajuína, tradicional bebida derivada do caju, é o produto da vez e é visto potencial para elevar suas exportações neste ano. Durante a pandemia de Covid-19 em 2020, a empresa Natvita/Itaueira Sucos, por exemplo, iniciou novos negócios no continente, com o envio de 55 dúzias de garrafas, o que representa mais de 50 litros do produto, para Alemanha e Portugal.
Desde 2019, as exportações das garrafas de cajuína já aconteciam para os Estados Unidos e Polônia. A aposta do diretor de Negócios da empresa, Roberto Castelo Branco, é que em 2021, com a vacinação da população europeia estando mais adiantada, as feiras para divulgação do produto sejam retomadas e a demanda pela exportação seja maior. A expectativa é que o produto ganhe visibilidade na Europa aproveitando o bom relacionamento com importadores europeus.
"A Natvita/Itaueira está fazendo uma aposta que o mercado externo para nossos sucos prontos para beber, com destaque para a cajuína, pode ter um potencial aumento nos próximos anos e temos feito todos os esforços, mesmo com o cenário da pandemia, de divulgar a cajuína no mercado europeu", explica.
O fruto, a castanha e a amêndoa de caju já figuram forte no quadro de exportações do Ceará. A Central de Cooperativas Copacaju, em Pacajus, possui contrato anual com o Mercado Justo europeu. O acordo é avaliado em R$ 1 milhão e, em 2020, pelo menos quatro remessas de cinco toneladas de amêndoas de caju desembarcaram na Europa.
De acordo com a empresa, a expansão da exportação em 2020 não foi maior por conta da pandemia do novo coronavírus. "As dificuldades durante a pandemia estão principalmente ligadas às ações para tornar o produto conhecido, com a proibição de degustações neste período", avalia Roberto.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas no Estado do Ceará (SindiAlimentos), André Siqueira, espera que a bebida seja mais apreciada no mercado internacional e considera que o processo de internacionalização da cajuína é promissor.
"Analisamos (o trabalho da Natvita/Itaueira Sucos) como colocar um pé no mercado. É o início de um negócio, como forma de se apresentar. As expectativas da empresa para 2021 são de exportar volumes mais significativos, o que é importante para a economia cearense", afirma.
Ainda de acordo com André, o sindicato junto do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (CIN-Fiec) atuam para que o processo de internacionalização dos negócios seja facilitado, com auxílios relacionados à apresentação do produto, como rotulagem, precificação e divulgação em feiras internacionais.
A ideia é ampliar a pauta de exportação de produtos tipicamente cearenses relacionados ao caju. A castanha, grande sucesso de exportação do segmento na balança comercial. Segundo o levantamento Ceará em Comex, castanhas de caju foi terceiro item mais exportado do Ceará, com 84.079,3 milhões de dólares em FOB, também sendo o produto menos impactado pela pandemia no mercado externo.
A gerente do CIN-Fiec, Karina Frota, destaca que os principais compradores da castanha cearense são os Estados Unidos, Holanda e Alemanha. "O Ceará é o principal exportador de castanha de caju do Brasil. Um outro subproduto do caju que merece destaque é a cajuína e nos últimos anos o setor tem se preparado inovando suas tecnologias e temos registrado exportação do produto para Europa".
O POVO Mais
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