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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Os 10% mais abastados concentram quase metade da riqueza do Ceará



No Ceará, os 10% mais ricos concentram 45,7% de todo o valor produzido pelos trabalhadores. Os dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são de 2019, mas o cenário no qual minoria privilegiada abarca quase metade da riqueza cearense é antigo. Os números mostram uma rigidez na desigualdade desde 2012. De lá para cá, essa parcela da população se mantém no patamar de 44% do rendimento local.


Algumas quedas foram observadas somente nos anos 2013 (42,8%), 2014 (42%) e 2015 (42,1%). Mas os mais pobres representam somente 0,8% da renda total desde 2016, no Estado. Essa camada também perdeu 16,7% de participação entre 2012 e 2019. Em relação ao ano anterior (2018), houve perdas para todos os estratos sociais, com exceção dos 10% mais ricos, que tiveram crescimento de 3,8%.

O professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e PhD em Desenvolvimento Regional, Lauro Chaves, aponta que o Brasil é um país extremamente desigual. Neste contexto, o Ceará é um dos estados mais assimétricos em aspectos sociais e territoriais, ocasionando uma série de problemas para alcançar o desenvolvimento sustentável e inclusivo.

"Temos os 10% mais ricos concentrando 47% de toda a riqueza. Socialmente, isso gera danos. Economicamente, limita o mercado interno para que as próprias empresas consigam vender mais", frisa. "A maior parte desses 10% não se considera de classe média. Isso porque quando se compara com qualquer um do seu ciclo de convivência que pertence ao 1% mais rico, não consegue ver o abismo entre sua realidade e entre os 50% e 60% cearenses de menor poder aquisitivo", enfatiza.

Ele destaca que os efeitos econômicos da pandemia nos mais pobres foram amortecidos pelo auxílio emergencial, inicialmente de R$ 600, que aumentou o rendimento dessa parcela populacional. No Ceará, por exemplo, 40% das pessoas mais pobres sobrevivem com apenas R$ 231 por mês. Quando analisados os 20% com o menor rendimento per capita, cai para R$ 129. Na Capital, os valores sobem para R$ 394 e R$ 254, respectivamente.

Neste cenário, as taxas de pobreza podem reduzir em 2020. Porém, com o fim do recurso e sem a implantação de um programa de renda básica que atinja todo esse contingente de pessoas que foram beneficiadas, somado à taxa recorde de desemprego, o segundo semestre deste ano e início de 2021 podem ter as condições de desigualdade agravadas.

Lauro explica que a disparidade regional tem origem na formação econômica do Estado, que foi concentrada em algumas monoculturas. Mas, também, tem a ver com a diferença de oportunidades. Para reverter essa situação, seria necessária a descentralização da renda na Grande Fortaleza. Os outros pontos são educação de qualidade e infraestrutura que potencialize o desenvolvimento econômico em todo o Estado.

"É preciso uma melhoria no ambiente de negócios e que cada região descubra suas vocações e potencialidades. Assim, os esforços dos agentes públicos e privados podem ser concentrados naquelas principais potencialidades e vocações e não disperso em uma série de grandes atividades", observa.

O diretor do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), João Mario de França, acredita que a desigualdade irá reduzir no País e no Estado somente quando houver políticas sistemáticas que garantam oportunidades para crianças e jovens de todas as faixas de renda.

"Uma política de educação de qualidade que atenda a todos, certamente, é uma condição indispensável para a reversão deste problema. E, neste sentido, o Ceará está na direção correta", avalia. "No entanto, os efeitos significativos sobre a desigualdade serão sentidos no médio e longo prazos. Até lá, é indispensável que haja compensações aos mais vulneráveis", complementa.




Brasil terá desemprego acima da média

Ainda que os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus sejam sentidos na maior parte do mundo, o Brasil deve fechar o ano com mais desemprego e um endividamento público maior do que a média dos dez países que registraram o maior número de mortos pela doença. Os dados são de um levantamento feito pelo economista Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a partir do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Índice de Gini

Em 2019, o Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita do Ceará foi de 0,561, apresentando aumento em relação a 2012 (0,547), ano inicial da série do indicador, e a 2014 (0,522), menor índice da série. O indicador mede a desigualdade e quanto quanto mais próximo de zero melhor.

Desigualdade racial

A renda das brancas é a maior (R$ 1.427), enquanto a das pardas reduz para R$ 755. Já o rendimento familiar das pretas vai para R$ 771.

Quase 47% da população vivia com até meio salário mínimo

Em 2019, 21,2% da população cearense viviam com até o valor de 1⁄4 de salário
mínimo per capita mensal (cerca de R$ 250) e quase 47% com até 1⁄2 salário mínimo per capita (R$ 499). No Nordeste, quase metade da população tinha até esse último patamar de renda mensal. No outro extremo da distribuição, no Ceará, 2,3% tinham rendimento per capita superior a 5 salários mínimos (R$ 4.990).


O POVO Online

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