O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última terça-feira (24), uma prévia da inflação para 2020. A estatística indica mais um avanço de preços do setor de alimentação e bebidas, grupo que puxou o índice a 0,66% neste mês em Fortaleza e a 0,81% no Brasil. Já é o quarto mês consecutivo de altas expressivas, tendência que já preocupa para uma possível elevação geral de preços em 2021.
A possibilidade é apontada pelo supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Reginaldo Aguiar. Ele explica que, se um segmento sobe demais os valores de comercialização, os preços relativos tendem a se elevar também.
Aguiar ainda lembrou que o fenômeno já aconteceu em 2007, fator que antecedeu a crise do mercado financeiro em 2008. "Assim como hoje, nós observamos na época que alguns alimentos, principalmente aqueles que possuem cotação em dólar, subiram muito de preço, assim como as commodities. Como existe uma certa paridade de preços na economia, quem produz outros produtos ou serviços começam a subir os preços a reboque da alimentação", detalha.
O economista Alex Araújo aponta ainda que, além da alimentação, as despesas com preços administrados, como tarifas de ônibus, água e energia elétrica, devem ser reajustadas no próximo ano.
Oferta e Procura
O supervisor técnico do Dieese ainda revela que a alta dos alimentos reduz o poder de compra das famílias, comprometendo o desenvolvimento do restante da economia. Aguiar esclarece que, por ser o grupo de despesa mais importante para a sobrevivência, ele acaba consumindo cada vez mais o orçamento, de forma que não sobra para as outras atividades.
Diário do Nordeste
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