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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Com quase o dobro de registros, Ceará tem maior alta de assassinatos no Brasil em 2020, aponta anuário de segurança


 

O Ceará foi o estado brasileiro com a maior alta no número de assassinatos entre 2019 e 2020, de acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta segunda-feira (19). Foram 2.340 registros no primeiro semestre deste ano, quase o dobro (96%) do total contabilizado no mesmo período do ano passado (1.190 ocorrências). Em números absolutos, o estado foi o terceiro no ranking nacional de mortes violentas intencionais (MVIs).


De acordo com o documento, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Ceará fica atrás apenas da Bahia (3.249) e do Rio de Janeiro (2.728) nas estatísticas, e ultrapassou São Paulo, que registrou 2.204 mortes violentas intencionais em 2020. Os números são a soma das vítimas de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de mortes e óbitos decorrentes de intervenções policiais.


Além do Ceará, outros 13 estados apresentaram crescimento acima da média nacional na quantidade de assassinatos: Paraíba, Maranhão, Espírito Santo, Sergipe, Alagoas, Paraná, Santa Catarina, Rondônia, Tocantins, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia e São Paulo.


Entre janeiro e junho de 2020, das 2.204 mortes no Ceará, 2.203 foram homicídios dolosos (com intenção de matar). O total é mais que o dobro do contabilizado no primeiro semestre de 2019, que teve 1.065 ocorrências. Do total de assassinatos neste ano, 200 foram de mulheres, sendo 14 deles feminicídios. Em 2019, foram 113 casos, dos quais também 14 foram feminicídios. Já os latrocínios totalizam 29 das mortes deste ano, além de 12 assassinatos após lesão corporal.


Motim da PM contribuiu para índice, diz especialista


Para Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP, a escalada da violência letal no Ceará neste ano é “emblemática”, e pode ser atribuída ao motim da Polícia Militar no estado, ocorrido em fevereiro. “A partir do momento em que teve greve e motim da PM do Ceará, houve uma reorganização das facções criminosas, provocando o esvaziamento de um esforço de dois anos”, observa.


Os impactos do motim da PM são evidenciados pelos dados do anuário, que compara também as quantidades de assassinatos em 2018 e 2019. O Ceará registrou, no ano passado, o menor número de MVIs desde 2011, com 2.396 casos – 50,3% a menos do que em 2018, que teve 4.788 homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de mortes e óbitos em intervenções policiais.


“As polícias precisam refletir como podem oferecer serviço de mais qualidade. Os direitos dos policiais são legítimos, devem ser buscados, mas não podem se dissociar do dia a dia das pessoas nas casas, nas ruas. Quando se dissocia, a violência toma conta e se dissemina”, avalia Renato.



Outro dado diretamente relacionado às polícias cearenses é o número de mortes decorrentes de intervenções policiais, dentro e fora de serviço. Somente no primeiro semestre deste ano, foram 96 óbitos, 14,3% a mais do que as 84 registradas no mesmo período de 2019. Entre 2018 e 2019, contudo, a estatística havia reduzido: naquele ano, foram 221 mortes em ações policiais, contra 136 no ano passado.


“Elas vêm crescendo. Atingimos recorde, e isso é resultado de decisões político-institucionais. Se o número é obsceno, é também localizado em alguns territórios. As que registraram maiores crescimentos são os estados que fizeram escolhas no sentido de acirrar conflitos e destinar a polícia para enfrentamento”, pontua Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP.


Na ponta, os conflitos também vitimaram os agentes de segurança. Em 2018, 11 policiais morreram em confrontos ou por lesões não naturais fora de serviço. Em 2019, não foi registrada nenhuma morte violenta intencional contra PMs e policiais civis do Ceará. No primeiro semestre de 2020, foram dez casos, segundo levantamento do Fórum.

 

G1 CE

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