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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Suspeita de lavagem de dinheiro de 'Gegê do Mangue' e 'Paca' no Ceará passa a ser investigada pela Polícia Federal

Suspeita é que a dupla praticava lavagem de dinheiro. Imóveis e veículos atribuídos aos dois somam pelo menos R$ 8,5 milhões.

Por Messias Borges, G1 CE

Chefes de facção viviam em imóveis de luxo — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

A vida de alto padrão que os chefes de uma facção criminosa, Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', levavam no Ceará passou a ser investigada pela Polícia Federal (PF). A suspeita é que a dupla praticava lavagem de dinheiro, a partir de recursos oriundos do tráfico internacional de drogas.

'Gegê' e 'Paca' foram assassinados a tiros em uma reserva indígena, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no dia 15 de fevereiro de 2018. O processo que apura os homicídios está em fase de coleta de depoimentos na Comarca de Aquiraz. A Polícia Civil confirmou a transferência da apuração sobre lavagem de dinheiro para a PF.

A Polícia Federal respondeu que "não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento". Os imóveis e veículos atribuídos às vítimas somam um valor de pelo menos R$ 8,5 milhões.

Um dos imóveis luxuosos que pertenciam aos chefes da facção está situado em um condomínio na Lagoa do Uruaú, em Beberibe (a cerca de 85 km de distância de Fortaleza), e voltou a ser utilizado por Francisco Cavalcante Cidrão Filho, suspeito de ser um ‘laranja’ de ‘Gegê’ e ‘Paca’ e investigado por participação na morte da dupla – o que foi descartado.

Francisco Cavalcante foi autorizado pela 32ª Vara da Justiça Federal no Ceará, no dia 15 de outubro do ano passado, a atuar como fiel depositário do imóvel, que conta com campo de futebol, piscina, banheira de hidromassagem e vários quartos.

“Alegamos o motivo da depreciação do imóvel, do abandono, o que diminui o valor do imóvel. E ele [Francisco] continuava pagando as contas de energia, impostos, caseiro. Isso motivou que o Ministério Público Federal (MPF) fosse favorável, e o juiz também foi favorável”, afirmou o advogado Kaio Castro.

O juiz federal concordou que “evitar a deterioração do imóvel interessa tanto ao próprio requerente, em caso de absolvição, quanto à União, em caso de condenação”. “Quanto à escolha do fiel depositário, tenho por evidente que a nomeação do próprio requerente é a medida mais efetiva e menos dispendiosa, o que se justifica também porque não há qualquer motivo que indique que sua nomeação não seria adequada”, justifica.

O G1 apurou que a propriedade foi alugada para o Réveillon 2020 pelo valor de R$ 6 mil e também seria para o Carnaval deste ano. Indagado sobre a locação, Kaio Castro disse que o cliente nega o aluguel na primeira festa, mas recebeu proposta para a segunda.

'Gegê do Mangue' e 'Paca' — Foto: Reprodução

Falta de pagamento

O pagamento de outros dois imóveis, que também teriam sido adquiridos por 'Gegê do Mangue' e 'Paca' no Ceará e estão sequestrados por decisões judiciais, está sendo reclamado pelos proprietários na Justiça Estadual.

O duplex no Alphaville Fortaleza e um apartamento luxuoso no bairro Dionísio Torres, também Capital, estão no nome de José Cavalcante Cidrão (irmão de Francisco Cavalcante) e deixaram de ser pagos, após a morte da dupla.

A Associação Alphaville Fortaleza Residencial entrou com uma ação de cobrança na área cível contra José Cidrão, no dia 26 de setembro de 2018, pela falta do pagamento de R$ 8.379,07. Já o proprietário do apartamento localizado em Fortaleza reivindica o valor de R$ 260 mil, referente às duas últimas prestações do contrato do imóvel.

Um quarto imóvel, localizado no Alphaville Eusébio, que também teria sido comprado pelos integrantes da facção, é mais um bem sequestrado pela Justiça. Este está no nome de uma amiga de José Cidrão.

O advogado Kaio Castro defende que “(José) Cidrão atuou como intermediador dessas vendas. Foi pedido para se utilizar o nome dele nos contratos, mas que, logo após a conclusão dos contratos, iam colocar no nome dos compradores, as vítimas (‘Gegê’ e ‘Paca’)”.

Segundo o advogado, os clientes não tinham conhecimento que aqueles dois homens eram da facção: “Eles não se conheciam há muito tempo. Eles (‘Gegê’ e ‘Paca’) não tinham amigos aqui. O (José) Cidrão, em um primeiro momento, foi um corretor, que viu a oportunidade de ganhar um dinheiro nas negociações de imóveis. A partir disso, eles tiveram um nível mínimo de amizade e isso fez com que o Cidrão confiasse a ponto de entregar o nome dele em dois contratos de imóveis”.

“A gente não foi notificado de nenhuma ação cível e, se ocorrer, estamos aqui para negociar uma conciliação, para resolver da forma mais pacífica”, garante Castro.

Investigações arquivadas

Francisco Cavalcante e José Cidrão foram investigados pela Polícia Civil por suspeita de participação no assassinato de 'Gegê' e 'Paca'. Mas o aprofundamento da apuração descartou a atuação dos irmãos no crime. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) confirmou que os processos já foram arquivados.

Mas a investigação da Polícia Federal apura a participação dos irmãos no crime de lavagem de dinheiro, já que eles cederam os nomes para os bens adquiridos por ‘Gegê do Mangue’ e ‘Paca’. “Até hoje, eles sequer foram intimados a prestar um depoimento sobre esses fatos. Estamos aqui esperando, para esclarecer da melhor forma possível”, pontua o advogado Kaio Castro.

Questionada, a Justiça Federal no Ceará informou que “os inquéritos policias ainda não foram concluídos e, portanto, até o momento inexistem ações penais distribuídas em nome das pessoas citadas (Francisco Cavalcante e José Cidrão)”.

As esposas dos dois homens, Samara Pinheiro de Carvalho Cavalcante e Magda Enoé de Freitas, também foram investigadas por participação nos homicídios e alvos de mandados de prisão domiciliar. Os processos também terminaram arquivados, segundo o TJCE.

Simulação de voo

A investigação policial aponta que ‘Gegê do Mangue’ e ‘Paca’ foram atraídos por comparsas da facção para fazer um voo de helicóptero e terminaram sendo alvos de uma emboscada. A defesa de um dos presos pelo duplo homicídio, Carlenilto Pereira Maltas, quer realizar uma simulação do voo.

Os advogados do acusado ingressaram com o pedido na 1ª Vara Criminal da Comarca de Aquiraz, da Justiça Estadual, no dia 15 de janeiro deste ano. Eles solicitaram acesso à aeronave que foi utilizada no crime, de prefixo PR-YHB (que hoje está à disposição da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas do Ceará, a Ciopaer, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, SSPDS); e entrada de um controlador de voo indicado pela própria defesa no helicóptero, para emitir um estudo técnico.

O colegiado de juízes de Aquiraz designado para o caso intimou a defesa de Carlenilto, no dia 24 de janeiro deste ano, “para justificar a necessidade e utilidade da referida prova, inclusive a razão para utilização da mesma aeronave ou se outra do mesmo modelo não resultaria nas mesmas conclusões, haja vista que a aeronave requerida está cedida ao Governo Estado do Ceará”.

Acusados pelos crimes

Gilberto Aparecido dos Santos - homicídio duplamente qualificado, organização criminosa, falsificação de documento e concurso de pessoas
Erick Machado Santos - homicídio duplamente qualificado, organização criminosa, falsificação de documento e concurso de pessoas
Tiago Lourenço de Sá de Lima - homicídio duplamente qualificado, organização criminosa, falsificação de documento e concurso de pessoas
André Luís da Costa Lopes (preso) - homicídio qualificado, organização criminosa e concurso de pessoas
Ronaldo Pereira Costa - homicídio qualificado, organização criminosa e concurso de pessoas
Carlenilto Pereira Maltas (preso) - homicídio qualificado, organização criminosa e concurso de pessoas
Renato Oliveira Mota - homicídio qualificado, organização criminosa e concurso de pessoas
Felipe Ramos Morais (preso) - homicídio qualificado, organização criminosa e falsificação de documento
Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos - homicídio qualificado e organização criminosa
Jefte Ferreira Santos (preso) - homicídio qualificado e organização criminosa

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