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quinta-feira, 14 de março de 2019

Abandono dos pais e bullying marcaram vida de atirador

A mãe de Guilherme Taucci Monteiro, 17, um dos dois atiradores no massacre em Suzano, na Grande São Paulo, ocorrido, nesta quarta (13), disse que o filho passava as madrugadas jogando no computador.

A família diz nunca ter desconfiado de que Guilherme pudesse ter algum tipo de comportamento violento. “Nosso relacionamento até que não era ruim. Mas a gente quase não conversava”, revela a mãe. 

Antes de Guilherme e Luiz invadirem a Escola Estadual Professor Rail Brasil e abrirem fogo contra estudantes e funcionários, matando sete pessoas e ferindo outras onze, Guilherme parou na loja do tio, Jorge Antônio de Moraes, irmão de sua mãe, e atirou contra ele. O parente morreu no hospital. 

"Perdi meu filho e meu irmão. Não dá nem pra acreditar... Minha vida acabou”, disse Tatiana. 

Família

Desempregada há dois anos e mãe de outras quatro crianças, duas das quais moram na mesma casa onde Guilherme vivia, Tatiana batalha contra uma dependência química de longa data, que a leva a passar boa parte do tempo nas ruas.

Fruto de um relacionamento breve entre Tatiana e Rogério Machado Monteiro, Guilherme foi criado pelos avós, Benedito Luiz Cardoso e Arlete Taucci. Com a morte da avó, quatro meses atrás, Guilherme passou a dar sinais de tristeza permanente.

“Acho que ele ficou deprimido”, arrisca a tia.

Bullyng


Segundo Tatiana, Guilherme abandonou a escola no ano passado, a um ano de concluir o ensino médio, porque dizia não aguentar mais ser “zoado por causa das espinhas do rosto”. 

O avô pagou um tratamento para o neto, e sua pele “melhorou muito”, lembra o avô.

Ontem mesmo, quando ele chegou da rua de noite, eu esquentei o jantar pra ele. Estava tudo bem


O outro atirador

Na mesma calçada da casa do adolescente, poucos metros depois, vivia Luiz Henrique, de 25 anos, com os pais e irmãos. Eles moravam nos fundos da casa do avô. Luiz Henrique havia acabado de começar a trabalhar com o pai, que atua no ramo da jardinagem. 

O motorista Cássio Nogueira, 39, vizinho dos atiradores, conta que os viu crescer.

Eram meninos normais. Falavam bom dia, boa tarde, boa noite. Não usavam drogas. Nunca percebi nenhum traço que indicasse que esse tipo de comportamento poderia ocorrer. Estamos todos ainda em choque

Amigos

Guilherme e Luiz se conheceram na infância e eram muito amigos. Os programas da dupla dos últimos tempos eram passeios pelo shopping e visitas regulares à LAN house do bairro, onde costumavam jogar video-games de tiros.

Eles eram conhecidos por serem fechados, seletivos e xingarem muito e em voz alta durante as partidas. Um dia, a atendente da LAN house percebeu um pingente com a suástica nazista no pescoço de um deles. “Levei um susto”, diz. Os clientes passaram a ser vistos com cautela.

A mãe e o avô de Guilherme dizem nunca terem visto o menino ostentar esse tipo de símbolo. A tia e vizinha Karina Mendes, 27, diz que está com medo de represálias. 

A gente entra nas redes sociais e só vê gente xingando eles e dizendo que a culpa é da família. Eu entendo a revolta das pessoas, mas não podemos pagar por aquilo que não fizemos. Estamos todos sofrendo, mas estamos com muito medo também.

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