O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou, no final da manhã desta sexta-feira (4), o envio de tropas federais para o Ceará, que vive sob ataques pelo segundo dia consecutivo.
Diversas cidades do Estado registraram ataques desde quinta-feira (3). Em Fortaleza, a delegacia do João XXIII sofreu atentado de incêndio. A Prefeitura de Maracanaú também foi atacada. Suspeitos também incendiaram colunas que sustentam um viaduto da rodovia BR-020, na cidade de Caucaia.
Cerca de 300 homens e 30 viaturas da Força Nacional seguem ainda hoje para o Estado e atuarão por 30 dias em ações de segurança e apoio à Polícia Federal (PF), à Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e às forças policiais estaduais. Caso necessário, o prazo de atuação da FN poderá ser prorrogado.
A decisão foi tomada após os episódios de violência registrados e à dificuldade das forças locais combaterem sozinhas o crime organizado. Também foram consideradas a gravidade dos fatos, a necessidade de manutenção da segurança pública e o dever das forças policiais federais e estaduais de, por ação integrada, proteger a população civil e o patrimônio público e privado de novos incidentes.
Segundo a portaria, foi determinado que as polícias federais intensifiquem as ações de prevenção e repressão ao crime organizado e que o Depen preste todo o apoio necessário para as ações de segurança pública no estado. A forma de atuação será definida pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Os ataques seriam uma retaliação à declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, de que não reconhece facção criminosa no Ceará. Ele confirmou que a divisão de presos por unidades não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.
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