O Ceará teve 981 jovens com idade de 10 a 19 anos assassinados em 2017, sendo quase metade dos homicídios, 414, ocorridos Fortaleza. Na capital, os bairros mais violentos em relação a mortes de adolescente são Bom Jardim e Jangurussu, cada um deles com 31 assassinatos. Barra do Ceará, Mondubim e Prefeito José Walter também aparecem entre os bairros mais violentos.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (22) no relatório de atividades do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA).
Em 2017, o Ceará teve um número recorde de violência, com 5.134 assassinatos, conforme número oficial da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. Os dados da secretaria não contabilizam mortes ocorridas dentro de presídios e pessoas mortas em decorrência de ação policial.
'Infantilização' das vítimas
Conforme Antonio Lima, um dos autores do boletim, em 2017 houve redução da idade das vítimas de homicídio e elevação do número de assassinatos de meninas.
"Assim como podemos observar um aumento importante das mortes de meninas, também houve uma 'infantilização' dos assassinatos. Na transição entre 2016 e 2017, o incremento foi de 92% nos homicídios de adolescentes que tinham entre 15 e 19 anos, ante 207% na faixa etária de 10 a 14 anos", detalha o especialista.
Ainda conforme o estudo, os adolescentes de sexo masculino ainda são as vítimas mais recorrentes da violência letal, mas a proporção de meninas mortas tem aumentado de forma expressiva. Em 2017, 80 meninas foram assassinadas no Ceará, alta de 196% em relação a 2016, quando 27 morreram. Em Fortaleza, essa variação chega a 417% de um ano para outro, enquanto em Caucaia dispara para 600%.
"Em tempos de pessimismo e tristeza por um luto que tem se prolongado no nosso estado, apostamos na mobilização política e social para superarmos essa crise civilizatória. Nesse sentido, propomos cinco atitudes fundamentais aos representantes do poder público para enfrentarmos esse cenário: urgência, pactuação, regularidade, assertividade e planejamento", defende o relator do comitê, deputado Renato Roseno.
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