O deputado federal Danilo Forte (DEM-CE) defendeu, ontem, que a segurança pública do Ceará sofra uma intervenção federal, como ocorreu no Rio de Janeiro. Ele disse que pretende apresentar a sugestão ao ministro Raul Jungmann (Defesa).
“Os indicadores de violência no Estado são piores do que os do Rio de Janeiro, já que os traficantes cariocas migraram para o Ceará fugindo da ação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora)”, argumentou.
Ele afirmou que a venda de sentenças judiciais no Ceará, um esquema criminoso denunciado em 2016, também deixou os narcotraficantes “confortáveis” para buscar refúgio no Estado.
“É preciso ter humildade para reconhecer que o governo do Ceará não vai conseguir fazer, sozinho, o combate ao crime”.
O congressista disse que hoje haverá uma reunião do seu partido, em Brasília, para discutir as últimas medidas do presidente Michel Temer para o setor.
O deputado se diz contra a ideia de criação do Ministério da Segurança Pública, anunciada no final de semana pelo Palácio do Planalto e que também enfrenta resistência pelo presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MBD-CE). “Há ministérios demais. Não precisa criar mais um órgão”, observou Forte.
Na noite de ontem, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que o governo federal vai analisar eventuais demandas de outros Estados por ajuda na segurança pública. “O que vier, o governo assistirá e responderá na extensão da sua capacidade operacional e no limite do orçamento. Esse é o compromisso do governo do presidente Michel Temer”, disse Torquato. Ele descartou intervenção no Ceará.
‘Guerra’
Torquato reconheceu que o País vive uma “guerra de segurança pública”, e que o governo responderá as demandas dentro de sua capacidade. “Vamos estar onde necessário, com a força possível”, afirmou o ministro. “O crime é nacional e nenhum Estado pode combatê-lo sozinho”.
Em relação ao Ceará, o ministro disse que o Estado vive um “momento difícil de segurança” e que o governo federal quer ajudar a “trazer a paz” para a população local, mas rechaçou uma possível intervenção. Segundo ele, a situação cearense é bem diferente da do Rio de Janeiro.
Torquato aproveitou a presença de Eunício para elogiar o presidente do Senado. “A presença do senador Eunício é fundamental porque ele é um grande canal político no estado”.
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