
No Ceará dos anos 80, quando o Estado tinha 4.250 policiais, do que no Ceará de hoje, com 2.000 policiais civis. A violência é, sem sombra de dúvidas, a principal preocupação da população brasileira, que a cada dia se sente mais prisioneira e mais acuada, refém em seus próprios lares, já vez que as ruas tornaram-se um lugar extremamente inseguro, onde um simples passeio sozinho
http://carcaradosertaonoticiaspolicias.blogspot.com.br/2015/09/apenas-2-dos-homicidios-sao-elucidados.htmlhttp://carcaradosertaonoticiaspolicias.blogspot.com.br/2015/09/apenas-2-dos-homicidios-sao-elucidados.htmlou até de carro significa uma grande possibilidade de ser assaltado, ou até mesmo assassinado, por pessoas que só desrespeitam as leis, como também a vida. Até a vida perdeu seu valor.
Segundo o art. 144 da nossa Carta Magna, a segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, o que significa que cada um de nós possui a sua parcela de responsabilidade na busca na preservação da integridade física e patrimonial dos bens de cada um que integra a sociedade. E agora vem a minha pergunta: O que a sociedade cearense pensa sobre a violência no nosso estado? Segundo o Mapa da Violência de 2014, de 2001 a 2011 a taxa de homicídios no Ceará, sem contabilizar os outros crimes, cresceu 90,1%, acima da mídia do Nordeste, que ficou em 60,6%.
O aspecto mais interessante do Mapa da Violência é a oportunidade de comparar dados entre os estados. Assim, enquanto no Ceará a taxa de homicídios cresceu 36,5% entre 2011 e 2012, em Pernambuco esse índice caiu 5,1%, na Paraíba recuou 6,2% e em Alagoas despencou 10,4%.
Nos demais estados do Nordeste que registraram alta nos assassinatos, todos ficaram abaixo do Ceará. Um dos motivos da alta criminalidade no Ceará o fato do Estado ter um dos menores efetivos policiais do Brasil para uma população de 8.842.791, segundo o censo 2010 do IBGE.
Outro dado alarmante é que, de todos os crimes ocorridos na terra de Iracema, apenas 2% são elucidados, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Ceará. E por que? A resposta é simples: Nós temos policiais civis para investigar todos os casos. Para uma população de mais de 8 milhões de pessoas, temos apenas inacreditáveis 2.258 policiais civis, quando o efetivo mínimo necessário seria 6.985. Há, portanto um déficit de 4.727 PC?S.
Só a título de comparação, o estado vizinho de Pernambuco, que tem uma população quase equiparada com a nossa, tem uma efetivo de 5.600 policiais civis (E irão aumentar em breve). Enquanto no Ceará tem 117 delegacias (dados de 2010), Pernambuco tem (dados também de 2010) 215 delegacias de polícia, 3 delas inclusive com Câmara de Gesell, aquela sala com espelho que permite ver de um lado e não ser visto pelo lado oposto.
E olhe que Pernambuco sá tem um município a mais que o Ceará. Está claro que o Ceará precisa urgentemente de mais policiais civis, mais crimes elucidados, mais segurança para a população, mais investigação policial e mais repressço ao crime.
Não podemos admitir, em hipótese alguma, que era melhor viver no Ceará dos anos 80, quando o Estado tinha 4.250 policiais, do que no Ceará de hoje, com 2.000 policiais civis a menos. Não podemos continuar assim. Só em Janeiro de 2015 foram 433 crimes ocorridos.
A sociedade não pode mais ficar refém da criminalidade, medidas urgentes precisam ser tomadas para reverter esse caos que se instalou nosso amado Estado. Precisamos de mais policiais civis e mais delegacias, pois os criminosos não podem subjulgar a sociedade. A impunidade é inaceitável! A barbaridade não pode sobrepujar a civilização. O sangue precisa parar de encharcar o chão de José de Alencar. As nuvens do crime e da impunidade não podem ter lugar no lindo céu do Ceará.
José Maria Macedo Acadêmico de Direito UFC Colaborou
Fonte: O Carcará do Sertão
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