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domingo, 27 de abril de 2014

Gonzaga Barbosa em: DIA DEZENOVE DE MARÇO! (Carta de um agricultor à São José)



D I A  D E Z E N O V E  D E  M A R Ç O !
(Carta de um agricultor à São José)

Dezenove de março... Um homem abre os braços e olhando para o céu se alia a lei da gravidade, ao perguntar: - Senhor, por qual razão ou circunstância não me permite mais plantar o meu chão, matar a sede do meu rebanho, banhar o meu corpo com a límpida água que cai do céu; pegar o precioso líquido do telhado em vez da compra engarrafada? Por que Senhor, que o tempo não muda? E o homem da roça nunca deixa de ser trator? Será, senhor, que existe esse tal de equinócio? Diga-me uma coisa, senhor, ao meu orgulho ferido de sertanejo se devo mesmo acreditar nos homens engravatados da tal Funceme?
            - Ah, não, senhor! A coisa por aqui tá feia, pra não falar preta, cê sabe, não é? Podem pensar que sou racista. E alguém pode querer me processar. O povo não quer mais acreditar na sua pregação. Outro dia eu inventei de fazer aquela experiência (roubar o santo para vê se chovia), levei foi um cassete da polícia, peia pra dez eu levei sozinho; isso quer dizer que o que era atitude religiosa virou superstição e até boletim de ocorrência em delegacia de policia civil.
            Ainda bem senhor que BO aqui no Ceará o fora da lei chama boletim de otário. Será, Senhor, que essa gente não estudou demais? E não está se preparando para te tomar o poder, assim como fez o papa em Roma e o Luís Inácio aqui no Brasil?!  Gloria Deus, Senhor, não sei mais o que fazer; e o Senhor será que sabe? Será que está preparado para as controvérsias deste século vinte um? Ou o senhor também está temente aos homens do saber?
            Amanhã são vinte, e se não chover hoje?            Para os profetas não haverá inverno. Mais se chover, para os intelectuais será apenas a passagem do EQUINÓCIO. E com certeza vão me chamar de tolo e até dizer por aí que ando venerando demais o infinito! Os homens letrados, até comemorarão na mesa da democracia a passagem do Equinócio.  Vão até mangar da nossa reza, do nosso pai-nosso; e o que fazer, Senhor, se nem falar bonito eu sei para te defender?!
 Outro dia já passaram umas pessoas por aqui querendo que eu mudasse de lado; é que, segundo eles, tinham criado uma nova igreja e elegido um pastor para cuidar do seu rebanho. Mas, senhor, não fique curioso não, porque a primeira coisa que eles pedem é uma quantia como dízimo.
            Até pensei, senhor: pra que tanta igreja, se nem o catolicismo tão pregando direito? Assim fica até difícil saber a magnitude das suas ações. É que em quase todas as esquinas os homens constroem os seus templos. Isso quer dizer, senhor, que a nossa religião está dividida demais, para não dizer bagunçada. E você acredita, que o padre num tá nem aí? Também não está, senhor, porque ele não tem despesas, não paga aluguel, energia, água telefone... Quer dizer, senhor, que lá na sua casa paroquial ele jamais vai saber o que diabo é inflação! E esses que se dizem evangélicos, além de perturbarem mais do que político em época de eleição, ainda vendem suas cartas de créditos como salvação. Falam por aí que até Lutero está pagando dizimo ao pastor!
            Ouvi uns beatos também dizer que a concorrência está meio desleal. E grande parte está mudando de lado. O senhor sabe qual foi a última promessa deles: é que vão fazer as transposições do velho Francisco!  Ora se nem os políticos fizerem? Imaginem! É, mais o povo está indo na onda deles...  Já teve até um cara de pau, senhor, que prometeu parcelar em doze suaves prestações o nosso lugar no céu.  Agora me diga uma coisa, Senhor, eu espero pela a vossa chuva do dia de SÃO JOSÉ, Ou aceito essa tal transposição prometidas por eles? Rogue-me, senhor! Mas não me faça além de rude um beato sonhador...
FIM(Fim da carta, senhor, porque o nosso eu rogo que dure mais uns ano mesmo que de seca!)



Gonzaga Barbosa em a CRÔNICA do mês

Colaboração de Zeca Amorim

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