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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Pentecoste faz a festa com artilharia de Ederson na Série A

Rua onde mora a família do cearense Ederson chegou a reunir 250 pessoas na torcida pelo jogador do Atlético-PR, que marcou 21 gols na Série A de 2013




Pais de Ederson moram em Pentecoste, onde o jogador nasceu. A festa de recepção ainda não tem data, mas será antes do Natal (Foto: Rafael Luis Azevedo)

Em Pentecoste, como é comum no interior do Nordeste, não é difícil encontrar camisas de futebol rubro-negras. Mas na cidade cearense, localizada a 90 km de Fortaleza, não é mais o Flamengo que domina. Em 2013, o município abraçou o Atlético-PR, time do filho ilustre local, o atacante Ederson.

A artilharia da Série A do Campeonato Brasileiro de 2013, feito inédito para um jogador cearense, encheu de orgulho a cidade de 35 mil habitantes. Sobretudo nas últimas partidas, a rua onde nasceu o garoto encheu de familiares e amigos na torcida. Um fuzuê só visto em tempo de Copa do Mundo.

“A gente coloca um telão na rua. Contra o Grêmio, na semifinal da Copa do Brasil, vieram 250 pessoas. Foi preciso fechar a rua”, vibra o pai do jogador, Valdemir Rosa da Silva, o Marinho, de 45 anos. “Tem tanta gente comprando antena de TV a cabo que estou pensando em cobrar comissão”, brinca.

Graças a essa empolgação, as camisas rubro-negras com número 77 e nome de Ederson viraram uma espécie de uniforme local. “A cada jogo em que ele não troca a camisa, são duas que manda pra cá. A família é muito grande”, relata o pai, ex-lateral do Uruburetama e de várias seleções municipais.





Descoberta do talento

Marinho foi o grande incentivador da carreira de Ederson. Desde cedo levava o garoto aos seus jogos pelo interior. Com isso, os primeiros gols do artilheiro foram feitos na escolinha do Cruzeirinho e depois no time amador do bairro, o Pedreira. Seu destino mudou radicalmente em 2004, após um encontro casual.

Numa pelada de domingo, Ederson impressionou Erasmo, ex-jogador do Ceará. Na terça-feira, Ederson já fazia teste no clube, aos 14 anos. Bastou tocar na bola duas vezes. Na quarta-feira, o vínculo com o Vovô estava assinado. E, no sábado, ele estreava no Estadual Sub-16, com cinco gols pelo time.

A passagem pelas categorias de base do Ceará foi um furacão, tal qual o apelido do Atlético-PR. Foram 97 gols antes de se tornar profissional. Tanta expectativa, porém, não foi correspondida. “Falam que o Ceará não deu chance ao Ederson. Na verdade, a bola dele não entrou mesmo”, constata Marinho.

Por isso, para o pai, não foi surpresa o que aconteceria quando partiu para outros clubes. Muitos gols no ABC, e muitos outros no Atlético-PR. A boa fase culminou com a artilharia da Série A, com 21 gols, à frente de jogadores selecionáveis como Fred, Jô, Leandro Damião e Alexandre Pato.



Professora de Ederson na 4ª série, Maria das Graças Almeida, a Tia Gracinha, garante: o atacante era bom aluno, mas gostava mesmo era de jogar bola no horário do recreio (Foto: Rafael Luis Azevedo)

Pai de Ederson faz uma surpresa na primeira escola do filho, em Pentecoste:


Dramas pessoais

Esta foi a primeira Série A de Ederson, de 24 anos. Ele entrou para a galeria de artilheiros do Brasileirão ainda jovem, mas para os padrões atuais do futebol até que demorou para deixar o anonimato. Motivos para isso foram dois dramas pessoais. Uma séria lesão no joelho e a morte do primeiro filho.

Aos 18 anos, quando já havia se transferido para o Atlético-PR, o jogador foi emprestado ao Ceará para a disputa da Série B de 2007. No retorno, teve o rompimento completo do ligamento cruzado anterior de um dos joelhos. Foram seis meses no estaleiro. Mesmo assim, o sofrimento foi pouco diante do que viria.

Em 2010, Ederson foi novamente emprestado pelo Atlético-PR, agora para o ABC. Em Natal, conheceu a esposa Deise. Com oito meses de gestação, o casal descobriu que seu bebê havia morrido com o cordão umbilical enrolado no pescoço. “Fui às pressas ficar com eles”, relembra a mãe, Eliane Alves Ribeiro Silva, de 43 anos.

O nome do garoto seria Heitor. A perda dele foi em parte superada com a chegada de Esther, em 2012. Apegado à religião, Ederson carrega uma tatuagem com o nome de ambos. “Os torcedores muitas vezes não lembram que o jogador é gente, com problemas como todo mundo”, entristece Marinho.





Para aonde o jogador vai?

Agora famoso, Ederson colhe frutos. Graças à artilharia do Brasileirão, já existempropostas de transferência do Oriente Médio, Rússia, Portugal e Inglaterra. “Se ele for para o exterior, a gente vai junto”, avisa Marinho, que trabalha como vigia noturno do estádio de Pentecoste, onde vive com a esposa e os outros dois filhos.

Para manter-se em evidência, Ederson precisará superar um desafio ainda maior do que ser artilheiro: a introspecção. O jogador nunca foi afeito a holofotes – tanto que, até hoje, os fortalezenses pronunciam seu nome de forma errada. O “E” mais forte é o primeiro, e não o segundo, salientam os pais.

“Nas categorias de base, o apelido dele era ‘Caladinho’. Ele costuma dizer que é pago pra fazer gol, e não dar entrevista em rádio”, confidencia Marinho. Talvez por isso, mesmo após fazer gols em goleiros consagrados como Rogério Ceni, Jefferson e Diego Cavalieri, o jogador ainda desperta desconfiança.

Exemplo disso, resgata o pai, aconteceu no dia em que marcou um gol de voleio contra o Flamengo. Em Pentecoste, esperava-se que esse fosse o assunto do dia seguinte. Ao invés disso, acabou sendo um gol de pênalti de Pato. “Ainda há muito preconceito com nordestino e com cearense”, reclama a mãe.


Marinho, pai de Ederson, trabalha como vigia noturno do estádio de Pentecoste (Foto: Rafael Luis Azevedo)

Aqui vai sua música!

Na rodada final do Brasileirão, no domingo passado (10), quando classificou o Atlético-PR para a Libertadores e rebaixou o Vasco, Ederson comemorou o terceiro gol fazendo o sinal de microfone. Era uma referência ao Fantástico, que dá direito a pedir música a quem marca três gols no domingo.

Para desgosto da família, a regra foi quebrada sob a justificativa do programa de que não havia “clima” após a pancadaria entre torcedores. “Queria ver se fosse com o Pato…”, ironiza Marinho. A música seria “O Novo Vencedor”, sucesso gospel de Damares. Não seja por isso, Ederson… Aqui vai a música pra você!

Clipe da música O Novo Vencedor, que Ederson gostaria de ouvir:

Clipe da música O Novo Vencedor, que Ederson gostaria de ouvir:



Fonte: Tribuna do Ceara

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