Manifestantes ou meros torcedores do BRASIL?
(Gonzaga Barbosa)
Assim como em sessenta e quatro, com a renúncia do governo João Goullart, oitenta e três com o grito das Diretas Já!, noventa e dois com os “caras pintadas” em protesto à desastrosa inocência do presidente Collor, dois mil e treze, o povo vai às ruas num protesto pacífico contra o (des)governo do Brasil, que sedia as intransigências da FIFA, que quer alugar uma população paga. Enquanto o Congresso Nacional bate continência para o Governo Federal e a Câmara dos Deputados faz de conta que tem o Ministério Público como aliado, uma gente inquieta e com representação popular reage em tom de indignação aos insultos da comodidade governamental. Uns transvertidos de ódio mancham a pátria amada na indumentária do esmero vandalismo e outros, vestidos na alma GUEVARISTA, se dispõem, com justiça, a brigar pelas riquezas do Brasil. E a imprensa midiática, principalmente o canal mandatário, representando o sistema e perdida, tenta confundir com seus “esclarecimentos” obscuros, mais uma vez faz sua defesa aos grandes, servindo aos interessados maiores, que, diga-se de passagem, não é povo!
Nos quatro cantos da república, classe baixa vira média e a alta une força e credo para um então manifesto em repúdio ao desmando governamental é que em âmbito nacional não se sabe mais quem são os da direita ou da esquerda, apenas se sabe que o centro é as ruas, questionando os seus valores. Amiúde, atormenta-se os “torcedores do Brasil” que em terra brasileira se sujeita ser chamado de terceiro mundo.
Algo me faz lembrar o passado, menos aceitar o PSDB dar uma de vítima e se refugiar meio à multidão em tom de protesto. Que bem que o PT já merecia há muito tempo passar por essa inquietude, visto que foi o próprio partido que abriu espaço ao “vandalismo brasileiro” mesmo entendendo que pra conquistar a tão aspirada DEMOCRACIA E LIBERDADE DE DIREITO se precisa pagar um preço alto, e é isso que a
cúpula representativa da classe trabalhadora está pregando, ou pagando, na sua segunda década de mandato.
Que a Copa das Confederações, ou do Mundo, não seja uma grande coisa para o Brasil todos sabe muito bem, mas, levando em conta o feedback entre comunidades européias, sairemo-nos muito bem mostrando para o resto do mundo que a coisa por aqui vai bem (obrigado!), mesmo a passos lentos. E se situando entre o joio e o trigo, a população que foi às ruas será a mesma que elegerá o próximo mandatário, como também tirará, se necessário, no seu entoado grito de liberdade. Pois por si só sabe-se que a indignação rompeu as barreiras da comodidade e quem vai pagar o preço justo será a nossa “dama de ferro”, senhora Dilma Roussef, por ainda não acreditar que a coisa é séria, e que se precisa urgentemente ouvir as massas em vez de achar que um simples plebiscito seja a solução, em virtude de ainda não acreditar que esses apelos vêm do povo em seu manifesto, não de meros torcedores do Brasil!
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