Uma ameaça silenciosa e na maior parte das vezes invisível, o lixo tóxico produzidos pelas indústrias se constitui num dilema ambiental insolúvel.
Na semana passada, enquanto delegações do mundo todo debatiam o futuro do planeta, o município de Caucaia decidia que os dejetos químicos das industrias do Pecém seriam depositados na comunidade de Sítios Novos.
Se reportarmos a história nós vamos lembrar de quem há 18 anos protagonizou o maior acidente químico da história, deixando um rastro de três mil mortos entre os 90 mil habitantes da cidade indiana de Bhopal.
Diante da gritaria dos manifestantes e do coro dos cidadãos sitionovenses, os representantes em Audiência Pública diziam que não havia nada que pudesse ser feito e que a despeito da revolta da população o Lixo ia ser depositado na comunidade de Sítios Novos.
O cardápio de agressões inclui contaminação por benzeno, chumbo, zinco e mercúrio, derramamento de óleos e de dejetos químicos em rios cujas águas desembocam nas torneiras da população.
Sabe-se o que se espera, “O cenário é de adoecimento, incapacitação para o trabalho, morte lenta e gradual”, Para completar, a SEMACE, Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, veio confortar a população que deveria se sacrificar para atender aos anseios do crescimento.
Chega a ser revoltante, a gente fica imaginando o que passa na cabeça das pessoas que tomam esse tipo de decisão, o descaso perante a vida humana, assemelha-se a um ato nazista, será que eles vão condenar a comunidade dos Sítios Novos transformando-o num imenso campo de concentração ou seja campo de condenados.
Como será a vida das nossas gerações futuras. A comunidade dos Sítios Novos sempre se considerou preterida pelos representantes políticos mas dessa vez foi desferido contra ela o golpe de misericórdia.
Por Antônio Brito
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