Mãe da criança diz que hospital não avisou que criança já estava morta
Reprodução/TV Record
Bebê teve cabeça arrancada durante parto em hospital. Direção diz que criança já estava morta antes do procedimento
Publicidade
A catadora de reciclados Maria Alcilene Vieira Amorin, de 22 anos, daria ao filho, que teve a cabeça arrancada durante o parto, o nome de Neymar, em homenagem ao jogador mais cortejado do Santos. A pedido da sogra, fã do time da Baixada Santista, a jovem também adicionou um Jefferson à alcunha da criança.
Neymar Jefferson foi enterrado na tarde de quinta-feira (17) em Aracaju (SE). A mãe da criança, que seria a quarta da prole, relata que não pode ir ao enterro, pois tinha a saúde bastante debilitada. Pouco antes do velório, ela conseguiu se despedir da criança na casa da sogra.
— Eu não pude ir ao enterro, mas trouxeram o corpo aqui na casa da minha sogra e eu me despedi. Ele estava perfeito e tinha apenas os ferimentos no pescoço. As unhas, cabelo, pernas, tudo perfeito. Eu não entendo como ele já poderia estar morto na minha barriga.
Maria Alcilene desmente a versão do Hospital e Maternidade Santa Isabel, mantido com recursos públicos e privados, que afirmou que os médicos alertaram a mãe de que o bebê já estava morto antes mesmo do parto. A jovem diz que o médico responsável pelo parto afirmou que não era possível ouvir o coração do bebê, pois ela era obesa.
— O médico disse que, por causa da gordura [do abdômen], talvez não fosse possível ouvir o coração, mas ele não sugeriu que o menino estivesse morto. Eu fiz todo o trabalho de parto e só soube que ele tava morto quando ouvi um ‘estalo’ e perguntei sobre ele. Nessa hora, já tinham arrancado a cabeça do menino.
A diretora do hospital, Débora Leite, afirma que a equipe médica teria avisado Maria Alcilene que tal procedimento seria realizado para tentar salvar a vida dela. No entanto, mesmo depois da manobra médica, não foi possível retirar o corpo do bebê e a mãe teve que ser submetida a uma cesariana.
Maria Alcilene deu entrada na maternidade na segunda-feira (14) às 23h30 com fortes dores. Com a confirmação de óbito fetal, Débora afirma que os médicos teriam encaminhado a mulher para o centro cirúrgico para realização de um parto normal. A direção da maternidade afirma que, em casos de morte fetal, não é recomendada a realização de cesariana por conta dos riscos de infecção para a mãe.
Confira também
Erro médico mata bebê na barriga da mãe Ainda segundo a diretora, o bebê tinha 5,635 kg e a cabeça dele estava muito mole, o que teria dificultado a ação dos médicos. Depois de várias tentativas convencionais de realizar o parto, os médicos decidiram utilizar o método mais drástico. A criança foi então degolada.
Questionado pelo R7, o ginecologista e obstetra Sandro Luiz Padial afirmou que, embora raro, o método, chamado "degola fetal", é correto. Segundo ele, esse tipo de procedimento é feito em caso de bebês grandes, que já estão mortos e que se estão em posição anormal dentro da barriga da mãe.
Alcilene ainda não decidiu se apresentará uma denúncia ao Ministério Público de Aracajú. Ela recebeu uma doação para comprar o caixão do bebê e disse contar com a ajuda de vizinhos para cuidar dos outros três filhos, enquanto se recupera.
— Nenhuma das minhas gestações foi planejada, mas mesmo assim eu queria meu filho e sinto a dor dele ter morrido. Eu fiz todo o pré-natal e ele chegou a mexer na minha barriga um dia antes, mas infelizmente morreu. [...] Depois de levantar da cama, quero procurar emprego.
Sylvia Albuquerque, do R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário