
À frente do Movimento Popular Alerta Antonina do Norte, Francisco Fernandes diz que agressão sofrida pode ser retaliação do prefeito Edilson Carvalho
Em pleno Carnaval, agressão e perseguição política em Antonina do Norte, município distante 473 km da Capital. É o que apontam membros de movimentos populares do local. Eles denunciam que o presidente do Movimento Popular Alerta Antonina do Norte (Mopaan), Francisco Fernandes da Silva, teria sido agredido, juntamente com familiares, na última sexta-feira, 4, véspera do feriado de
Carnaval, por grupo ligado ao prefeito Edilson Afonso de Carvalho (PSB).
O ato de violência teria se dado em plena praça pública, no Centro Social Urbano de Antonina do Norte. Francisco relatou ao O POVO que estava acompanhado de amigos e familiares quando um homem o teria derrubado por trás. “Eu caí de costas e me chutaram no chão”, conta. Segundo ele, o homem estava em grupo composto por colaboradores do prefeito de Antonina do Norte.
Francisco diz ter reconhecido um deles, chamado Gildo Sampaio, que seria um vaqueiro, primo do vereador Silvio Neto, aliado de Edilson. Segundo o presidente da ONG, testemunhas teriam reconhecido, ainda, um irmão do prefeito, chamado Severino, e outro parente, conhecido por Pachico.
Segundo Francisco, o irmão do prefeito teria apontado uma pistola para a cabeça de seu irmão a agredido a mulher dele. Nem o presidente da ONG, nem os familiares, tiveram ferimentos graves, mas Francisco diz ter sofrido muitas dores no abdômen. Ele acredita que a agressão tenha sido motivada por denúncias publicizadas pela ONG de supostas irregularidades na administração municipal.
Francisco, inclusive, participou de curso sobre controle do poder público promovido pela fundação Demócrito Rocha.
Ameaças anteriores
Em novembro do ano passado, O POVO publicou que Francisco Fernandes estaria sendo ameaçado de morte por apontar irregularidades no transporte escolar municipal, além de obras fantasmas e um envolvimento de vereadores em esquemas de corrupção do município.
Na época, Francisco afirmou receber ameaçadas de morte por meio de seu celular e disse que chegou a procurar os parlamentares locais para produzir um projeto de lei, na Câmara dos Vereadores, sem receber apoio.
O Ministério Público do Crato, segundo ele, começou investigação, que ainda não foi concluída. Francisco vive há alguns meses em outra cidade, fora do Ceará, na tentativa de se proteger de retaliações por parte dos agentes envolvidos nas denúncias feitas por ele.
Diante da recente agressão, o presidente da Ação Cearense de Combate à Corrupção e à Impunidade (Acecci), movimento ao qual o Mopaan é vinculado, Francisco de Assis Soares, disse que as entidades deverão encaminhar representação do Ministério Público do Estado do Ceará.
Como ontem não houve expediente na Procuradoria-Geral de Justiça, a assessoria de comunicação do Ministério Público disse que não sabia confirmar se o MP deve investigar o caso. O POVO telefonou e deixou recados nos números telefônicos da procuradora-Geral de Justiça, Socorro França, e do prefeito Edilson Carvalho, mas não obteve retorno de ambos até o fechamento desta matéria.
Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
O Movimento Popular Alerta Antonina do Norte (Mopaan) é uma Organização Não-Governamental (ONG) ligada à Ação Cearense de Combate à Corrupção e à Impunidade (Acecci), com objetivo de fiscalizar o poder público.
Fonte: O Povo
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