O lançamento aconteceu no auditório da Escola Francisco Sá, na Av. Dr. José de Borba Vasconcelos, no centro de Pentecoste. O evento contou com a presença de vários nomes ilustres da cultura municipal: músicos, cantores, escritores, literatos, operadores da cultura, dentre outros. Como representantes ilustres da cultura local presentes na festividade, destaca-se o Sampio. Cantor, compositor e apresentador do famoso “Show do Sampio”, um festival musical que durante muitos anos movimentou as noites da cidade. Também estiveram presentes os poetas Zé da Legnas e Romário, que escrevem literatura de cordel e são figuras bem representativas da poesia local. “Tratando de poesia, Pentecoste é uma cidade envolta em rimas e versos, mãe de vários personagens que protagonizam uma forma de viver diferente, através de seus sensos e contra-sensos literários.”, escreve Marcílio Sam em apreciação à obra em sua contra capa.
O evento contou ainda com a presença de familiares e amigos que fizeram parte da história cultural do poeta. Em sua fala o poeta, emocionado, agradeceu a todos os presentes destacando que: “Há vinte anos escrevi meu primeiro poema e só agora consegui publicá-lo”. Essa obra é muito significativa na história do poeta; “SILVOS anuncia uma inovação na minha poesia vinte anos atrás e ao mesmo tempo celebra homenagem a grandes mestres nos quais me inspirei. Um abraço Patativa, Gullar, Jáder e outros que através de sua plenitude me fizeram criador dessa obra.”, escreve artista na sua “Nota do autor”. Foi um momento muito importante também para aqueles que fizeram história com o Gonzaga: “Teve uma época que a gente era conhecido como ‘Os fãs do Fagner’, porque a gente andava pra cima e pra baixo com os LPs do cantor debaixo do braço e só queria ouvir suas músicas.”, comenta um de seus amigos da adolescência ao felicitar o poeta no final do evento. Logo após o lançamento, o autor autografou sua obra e os convidados puderam degustar um saboroso caldo de peixe, um dos pratos típicos da cidade.
Veja alguns dos poemas:
COMUNISTA URBANO
Sou um comunista urbano
E penso assim.
Que se aprende a amar
Guerrilhando no jardim.
E se amanhã o amor chegar
Proteja-se da solidão.
Quem sabe possa degustar
Dos ensinamentos da revolução.
Sou um comunista urbano
E minha arma é o coração
Municiado a cada ano.
Sou um comunista urbano
E minha revolução
não causa nenhum dano.
SECRETARIA DE CULTURA
Faz tempo que sou poeta
Mas não sou reconhecido.
E na vontade de ser lido
Já tentei vários projetos
Da cultura passei perto
Mas o povo lá não lê.
Não deixo de escrever
E de caneta na mão
Só peço um pouco de ação
Secretaria da Cultura.
Na instância Federal
Criaram a lei Rouannet
Se funciona não sei
É preciso comprovar.
Sei que aqui no Ceará
A lei é a Jereissati.
Que precisa virar arte
Seja em Pentecoste ou não.
Só peço um pouco de ação
Secretaria da cultura.
A pergunta que não quer calar: Porque a Secretaria Municipal de Cultura de Pentecoste não apoiou a publicação do livro: “SILVOS: poesia versátil”?
Por Nonato Furtado
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