Ao ver esse título, alguém pode dizer: “Parece título de artigo de jornal de grêmio estudantil”. Pois é, os estudantes realmente têm muito a ensinar. Embora, muitos professores os considerem meros aprendizes. Mas, porque dizer que é tempo para esse tipo de coisa?
Antes de ingressar no ensino superior, eu tinha um ideal de universidade. Os inúmeros documentários, filmes, biografias de pessoas ilustres que lutaram contra a Ditadura me enchiam (e ainda enchem) os olhos com um brilho idealista. Imaginava que a maioria dos professores tinha um aguçado senso crítico, que eram comprometidos com a mudança na sociedade, revoltados contra as injustiças, identificados com uma proposta de mudança. Ledo engano! Não só não presenciei esse tipo de atitude na maioria, como encontrei muitos professores alienados e repressivos. Lógico que isso não tira nem um pouco seus méritos intelectuais. Esperava outra universidade. Mais viva, mais pulsante, mais provocadora, mais jovem, mais politizada.
Ao decorrer do curso de Letras Espanhol na UFC, me envolvi de diversas formas na universidade: pesquisa, extensão (PRONERA, PNV, PRECE, SINTUFCE, Vestibular em Pauta), encontros universitários, seminários, congressos, colóquios e outros tais. A forma como atualmente se faz movimento estudantil não me atraiu nenhum pouco. Canalizei minhas energias para essas outras formas de participação.
Ao decorrer do curso de Letras Espanhol na UFC, me envolvi de diversas formas na universidade: pesquisa, extensão (PRONERA, PNV, PRECE, SINTUFCE, Vestibular em Pauta), encontros universitários, seminários, congressos, colóquios e outros tais. A forma como atualmente se faz movimento estudantil não me atraiu nenhum pouco. Canalizei minhas energias para essas outras formas de participação.
Existem muitas formas de participação na universidade. É um impacto para muitos estudantes logo quando entram na universidade. Outro dia, encontrei uma ex-aluna de pré-vestibular no Bosque de Letras. Ela estava esbravejando aos quatro ventos que a universidade era desorganizada, a coordenadora do curso a tinha tratado mal e, em pleno desespero, disse que iria desistir do curso. Eu disse: pare e observe! Apontando para todas as pessoas que estavam no Bosque. A universidade é mais que essa péssima amostra que você teve. Ela é a soma dessa pluralidade. Tentei contornar a situação. Outro dia, ela veio me agradecer e considerar que o que pretendia fazer não era algo sensato.
Sei do grande esforço de aproximar a universidade, essencialmente elitista infelizmente, das camadas mais pobres da nossa sociedade. No entanto, esses esforços ainda são muito tímidos. Um exemplo claro da apatia acadêmica é que estamos em um momento de eleições e não percebemos ações da universidade para pautar alguns temas para discussão dos candidatos. Em 2008, nas eleições municipais de Pentecoste, criamos (O PRECE e outras instituições) o Movimento em Defesa da Escola Pública e a educação foi tema em todos os palanques, entrevistas e debates com os candidatos. Eles se comprometeram e assinaram uma carta de intenções com propostas construídas pelo movimento se comprometendo a cumprir, caso fossem eleitos.
Sabemos o quanto isso é simbólico, mas mesmo que não cumpram é um processo extremamente educativo. Há muitas possibilidades para que a universidade possa pautar muitos temas para o debate político. Falta nesse contexto alguns elementos catalisadores, essa reação deve ser acelerada. O que se discute nos bancos da universidade deve ter uma ressonância social. As inúmeras e robustas teses e dissertações defendidas devem fazer algum sentido além de uma “pesquisa pela pesquisa” e de enfeitar as prateleiras das bibliotecas.
Penso que outra universidade é possível. Enquanto acreditar nisso defenderei que a universidade precisa viver outros tempos. Numa linguagem mais “subversiva”, ela deve ser mais rebelde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário