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terça-feira, 27 de julho de 2010

O medo nosso de cada dia



A morte de Bruce Cristian desperta o medo social. Sociólogos e psicólogos orientam como conviver com o medo da cidade
Ana Mary C. Cavalcante - 27/07/2010 02:00
O medo atira para todos os lados. Assombra o cidadão comum, que passa a evitar a cidade, e atinge em cheio as instituições criadas para garantir a segurança. A morte do adolescente Bruce Cristian de Oliveira Sousa, 14, causada pelo policial militar Yuri da Silveira Batista Alves, 25, no último domingo, endossa a teoria de uma sociedade refém do medo.

“O primeiro sentimento é de desconfiança em relação a qualquer pessoa”, reconhece o sociólogo Élcio Batista, que integra o Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV/UFC). Mas ele pondera: “O medo é o inimigo direto da sociedade civilizada. Não se pode entrar em pânico. Devemos fazer um movimento no sentido contrário: ocupar as ruas ao invés de comprar equipamentos de segurança, de ficarmos isolados”.

O pesquisador Giovani Tavares, também da equipe do LEV/UFC e professor da UFC em Juazeiro do Norte, observa que a sensação de medo e insegurança vai além dos limites da Capital, assustando o Interior. E faz parte do dia a dia dos policiais - cidadãos, até bem pouco tempo, igualmente comuns. “Alguns começam a trabalhar nas ruas sem ter dado um tiro, e não é todo mundo que sabe usar uma arma”, reforça.

A falta de credibilidade nas instituições da Segurança Pública, avalia o sociólogo, por falhas constantes à tona, contribui para o medo social. Élcio Batista dialoga: “A quem o medo e a insegurança favorecem? Há uma indústria de segurança privada”. Para ele, é importante “Ir às ruas para que os estranhos apareçam para nós não como possíveis infratores da lei, mas como cidadãos”.

Élcio dá um primeiro passo: costuma deixar o carro na garagem e manter o hábito de andar a pé, na vizinhança de casa. “O que me dá segurança é acreditar que a minha presença na rua mobiliza mais pessoas a andar na rua”.

Cultura da paz
Resgatar a cultura da convivência também é um caminho para a psicóloga Verônica Salgueiro do Nascimento, professora da UFC em Sobral. “Precisamos, cada vez mais, exercitar o cuidado com o outro, resgatar o valor de importar-se com o outro”, orienta. “Fortalecendo as instituições sociais que possam contribuir para esse papel”, completa. “É fundamental que as pessoas possam acreditar nas instituições. Agora, confiança é algo que precisa ser conquistado”, soma Élcio Batista.
 Para Cristiana Carla Medeiros de Aguiar, chefe do Serviço de Psicologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, “a violência ganha se a amorosidade não crescer também. E a família pode dar esse referencial. Noções básicas de valores não podem prescindir. É preciso que a educação esteja, realmente, a serviço de formar cidadãos”.

A psicóloga ressalta ainda que “o respeito a vida precisa ser resgatado. É preciso que se noticie também as coisas boas porque as coisas que constroem são mais silenciosas”.
(colaborou Rosa Sá).
 E-MAIS 
 Lideranças políticas de Maracanaú e Pacatuba compareceram ao enterro de Bruce Cristian de Sousa Oliveira no Cemitério Jardim do Éden, em Pacatuba. A princípio, a cerimônia aconteceria no cemitério do Bom Jardim.
 No microblog Twitter, inúmeros comentários criticavam a postura do policial militar Yuri da Silveira Batista Alves, acusado de ter disparado contra o adolescente.
 Nem o acesso difícil ao cemitério impediu que curiosos assistissem ao enterro. Cerca de 200 pessoas acompanharam tudo de perto.
 Um ônibus chegou a ser locado para levar amigos de Bruce ao cemitério.
 O desenrolar do caso repercutiu no portal O POVO online e em diversos sites de relacionamento.
 No microblog Twitter, inúmeros comentários criticavam a postura do policial militar Yuri da Silveira Batista Alves, acusado de ter disparado contra o adolescente.
 Grandes portais de comunicação também noticiaram a tragédia.
 A família do jovem só separou-se no momento em que o caixão foi fechado. Até então, pai, mãe e os dois filhos consolavam um ao outro. 
 Letícia Oliveira, 13, era a mais abalada dos quatro. Ainda assim, foi quem discursou em favor do irmão enquanto o túmulo era selado. 
 FALA, INTERNAUTA 
REPERCUSSÃO
No O POVO Online diversos internautas comentaram o caso
 “É triste uma cena dessa. É de cortar o coração mais um inocente vítima de imprudência de policias que deveriam estar nos protegendo”. (Natália)

 “Fico imaginando a dor deste pai perdendo de uma maneira tão inesperada o seu filho pela falta de compreensão deste policial...”. (Adriana)
 “Diante de tamanha tragédia, me sinto triste e perplexo. Sou pai de um único filho adolescente e posso sentir a dor desse cidadão trabalhador. Porque esses homens que se dizem preparados agem de tal maneira? Foi porque o veículo abordado era uma moto de um cidadão pobre e não um carro de luxo?”. (Carlos)

 “Esse rapaz não pode mais ser policial do ronda ou do que quer que seja. O policial deve ser punido e trabalhar internamente na PM. Jamais deve voltar às ruas, pois amanhã posso ser eu ou você a vítima dele”. (Bernardo Lucas)

 “Com certeza, o policial que atirou encontra-se também estarrecido com o que fez, porém não por isso deverá ficar impune, poderia acontecer com qualquer um até com um espanhol que voltou para sua terra paraplégico”.(Paulo)

“Covardia... Meus Deus, onde vamos parar com tanta ignorância!”. (Tibério)

 “Não entendo como alguém pago para proteger possa ser tão despreparado. Atirar em uma pessoa, em via pública, sem que este esteja colocando a vida de ninguém em risco é absurdo. Só DEUS para confortar esse pobre pai”. 
(Juliano)

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