Salt Lake City. Um pelotão de fuzilamento realizou, na madrugada de ontem, a terceira execução por esse método nos Estados Unidos desde 1976.
Ronnie Lee Gardner, 49 anos, foi declarado morto à 0h20 (hora local; 3h20 em Brasília), depois de ser baleado no peito por um esquadrão de cinco homens na Prisão Estadual de Utah, na localidade de Draper, subúrbio de Salt Lake City.
O réu foi condenado à morte em 1985 por ter matado, dentro de um tribunal, o advogado Michael Burdell, durante uma tentativa de fuga. Gardner estava sendo julgado na ocasião pelo assassinato de um balconista de bar, crime pelo qual também foi condenado.
O detento escolheu ser fuzilado antes que o Estado proibisse essa prática, que foi substituída por uma injeção letal. A execução foi realizada depois que a Suprema Corte rejeitou seu último apelo.
Gardner, vestido de preto, foi amarrado a uma cadeira metálica e encapuzado. Em seguida, teve um alvo colocado no peito e abriu mão de proferir uma última declaração.
"Ouvimos o estrondo de arma, e parecia como uma arma, de tão simultâneo. Dava para ver as balas entrando no paletó, e aí ele foi embora", afirmou Craig Watson, primo do balconista Melvyn Otterstrom, uma das vítimas de Gardner.
Um dos rifles de calibre 30 usados na execução tinha bala de festim, de modo que os verdugos não saibam ao certo se dispararam o tiro letal.
Na quinta-feira, Gardner fez sua última refeição - bife, cauda de lagosta, torta de maçã, sorvete de baunilha e refrigerante. Depois, preferiu ficar em jejum até a hora da execução.
Simpatizantes de Gardner dizem que ele sofreu abusos na infância e teve transtornos mentais, mas que se recuperou na prisão. Recentemente, ele disse a um comitê judicial que gostaria de iniciar um programa de agricultura orgânica para jovens em situação de risco.
John C. Wester, bispo católico de Salt Lake City, qualificou de "bárbaro" o fuzilamento. "Se é para fazer a pena de morte, a injeção letal seria uma forma mais humana. O pelotão de fuzilamento marca a violência que as armas infligem às nossas vidas", disse ele.
Fonte: Diário do Nordeste
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