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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pentecoste: Pesquisa está comprometida


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Tinha tudo para ser uma referência em pesquisas na área da pesca. No entanto, a Coordenadoria de Pesca e Aquicultura (CPAq), do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), com diversos centros espalhados pelo Nordeste, não funciona em sua totalidade. A falta de investimentos na área prejudica o desenvolvimento de mais pesquisas e compromete a estrutura já existente. O que deveria contar com uma verba anual de R$ 9 milhões recebe apenas R$ 3,5 milhões de repasse do Governo Federal.

Com isso, as pesquisas com tilápia e outros projetos desenvolvidos em parceria com a sociedade não ganham o impulso necessário para suprir a demanda do mercado no País. O Ceará, de acordo com o coordenador de Pesca e Aquicultura do Dnocs, Pedro Eymar Campos Mesquita, é considerado o maior produtor de tilápia do Brasil, com uma média de 25 mil toneladas por ano. No entanto, poderia fazer mais e melhor caso houvesse investimento em larga escala.

No caso da produção de alevinos, o coordenador completa que a produção de 100 milhões por ano corresponde somente a 35% do que é realmente capaz de ser produzido pela Coordenação. Desta forma, entende-se que ainda está longe de garantir o desenvolvimento desse setor no Interior do Estado. Eymar conta que a verba é proveniente do Ministério da Pesca e Aquicultura, mas ainda não é suficiente para desenvolver todos os projetos. Não há dívidas, mas os trabalhos ficam limitados devido aos poucos recursos.

Assim, a tecnologia usada para as pesquisas fica defasada e as instalações dos centros e das estações de pesquisas não contribuem para o bom andamento dos projetos existentes. O Centro de Pesquisa em Aquicultura de Pentecoste, apenas para ilustrar a situação, precisa de reformas urgentes.

O local possui bastante mato e as instalações prediais precisam de reformas. Eymar Mesquita esclarece que há possibilidade de uma reforma do Centro de Pesquisa em Pentecoste ainda este ano, com recursos da própria instituição, no valor de R$ 800 mil.

Além do prejuízo para as pesquisas, alguns centros de pesquisas no Ceará, Paraíba e Pernambuco estão funcionando precariamente. "Algumas estações de pesquisas foram construídas, mas não funcionam. Elas não operam por falta de custeio". Com a tentativa de evitar mais danos para a pesquisa, Eymar conta que elaborou um plano orçamentário para ser enviado ao Ministério da Pesca e Aquicultura, a fim de que o valor seja repassado em sua totalidade. Na semana passada, ele esteve em Brasília para discutir o problema do custeio com o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin. "Ele (o ministro) deixou uma janela aberta para discutir sobre outros investimentos. Entendo que a falha também foi nossa, porque não nos empenhamos para receber o investimento que precisamos", reconhece.

Investimento

Investir no Centro de Pesquisas torna-se uma necessidade porque Eymar Mesquita acredita que o mercado nacional para a tilápia dispensa a exportação do produto. Em sua visão, a grandiosidade do mercado brasileiro é resultado do atual consumo de tilápia. "O nosso mercado é bastante promissor e grandioso também. Para se ter uma ideia, a produção não é suficiente para toda a demanda. Fortaleza, por exemplo, alavancou o consumo de tilápia de uma forma que é preciso contar com a produção de outros Estados", ressalta o coordenador.

Quando comparado com o mercado internacional, a comercialização de tilápia no exterior é inviável economicamente porque os preços pelo produto não compensam. "O exportador quer pagar o valor do custo da produção, que é de R$ 2,80; enquanto isso, o mercado nacional paga R$ 4,00", diz.

Centro de pesquisas

No Centro de Pesquisas em Aquicultura, localizado em Pentecoste, são realizadas pesquisas de melhoramento genético, reprodução, reversão sexual da tilápia, alevinagem, nutrição de peixe, cultivo do camarão, tecnologia de processamento de pescado e monitoramento ambiental. O Centro também já desenvolveu projetos na produção de alevinos e microalgas, processamento de resíduo de filetagem de peixe e o Projeto Pirarucu.

Além da pesquisa, os técnicos do Centro de Pesquisas participam da difusão de tecnologia, ministrando aulas sobre aquicultura em águas continentais, para estudantes de cursos técnicos, graduação e pós-graduação das escolas técnicas e universidades federal e estaduais, inclusive dando apoio a teses de mestrado. O centro oferece estágios para estudantes de engenharia de pesca, técnicos, difusores, merendeiras, pescadores e piscicultores, nas suas dependências, dotadas de alojamento e restaurante.

Prejuízos

"Estações de pesquisa foram construídas, mas não funcionam. Elas não operam por falta de custeio"
Eymar Campos Mesquita
Coordenador de Pesca e Aquicultura do Dnocs

MAIS INFORMAÇÕES
Dnocs
Av. Duque de Caxias, 1700 - Centro
Fortaleza-CE
(85) 3288.5100 / www.dnocs.gov.br

POTENCIAL
Projeto busca produzir pirarucu em cativeiro

Fortaleza. Somente o Projeto Pirarucu, desenvolvido no Centro de Pesquisa em Aquicultura de Pentecoste, recebeu do Ministério da Pesca e Aquicultura o equivalente a R$ 1,2 milhão desde o seu início, em outubro de 2004. O Projeto Pirarucu é o resultado de um convênio assinado há seis anos entre o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) e a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) da Presidência da República, com a finalidade de estudar o método ideal de criação em cativeiro e engorda desse peixe de origem amazônica, os níveis de equilíbrio custo/benefício, dentre outros aspectos.

Considerado um peixe de rápido crescimento em cativeiro, chegando a pesar em torno 10 quilos com apenas um ano de idade, o pirarucu tem um rendimento médio de carne de 57%, apresentando-se como um produto excelente para o mercado. O pirarucu possui uma carne deliciosa e praticamente desprovida de espinhas.

Além do aproveitamento na alimentação, cerca de 10% do couro do pirarucu pode ser empregado na produção de bolsas, sapatos e cintos. Trata-se de uma espécie valorizada nos mercados nacional e internacional. O pirarucu adapta-se a todos os tipos de água, o que faz da pesquisa realizada pelo Centro algo relevante para o desenvolvimento de novas atividades na área de aquicultura.

Microalgas

Um relatório disponível no sítio do Dnocs apresenta também a produção de micro-algas realizada pelo laboratório da Coordenadoria de Pesca e Aquicultura (CPAq), em Pentecoste. A microalga é utilizada na composição de alimento para peixes, cuja pesquisa se encontra em andamento em Amanari. Nas análises bromatológicas realizadas em amostras da farinha de algas, para avaliação dos níveis de proteínas, fósforo, cinzas, cálcio e potássio, constatou-se um teor médio de proteínas de 33% para as algas clorofíceas (algas verdes) e de 22% para as algas diatomáceas.

Um dos desafios deste projeto era o desenvolvimento de zooplâncton, elemento essencial na alimentação de peixes carnívoros como o pirarucu. Para sua devida nutrição, a espécie exige o fornecimento de uma dieta com teor de proteínas acima de 55%, isso desde a sua fase larval.

De acordo com o diretor geral do Dnocs, Elias Fernandes, a reforma das instalações físicas do Centro de Pesquisa em Aquicultura de Pentecoste serão realizadas ainda este ano, com um orçamento total de R$ 800 mil. Essa reforma, segundo ele, será necessária para que o Centro de Pesquisas possa dar continuidade ao desenvolvimento dos projetos realizados na área da Pesca e Aquicultura.

Investimento

1,2 milhão de reais é o valor do investimento que o Projeto Pirarucu de Pentecoste recebeu, em seis anos, do Ministério da pesca e Aquicultura

Fonte: Diário do Nordeste

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