Diversidade sexual desfilará pelas ruas da "Terra dos Monólitos" em busca de respeito, dignidade e cidadania
Quixadá. Depois do sucesso na Zona Norte, agora a Parada Gay promovida pelos grupos de LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) chega a Quixadá, no Sertão Central. O desfile da diversidade sexual será realizado na tarde de hoje. Seguirá do Alto São Francisco à Praça da Cultura, no Centro desta cidade. Os organizadores estimam a participação de pelo menos oito mil pessoas.
Caravanas de Choró, Crato, Fortaleza, Ibicuitinga, Limoeiro do Norte, Morada Nova e Russas confirmaram participação. A Associação de Defesa e Apoio Liberdade e Progresso (Adalp) é a responsável pela organização do desfile pioneiro no Sertão Central.
De acordo com a presidente da entidade, Gaúcha Maia, será a oportunidade para Quixadá dar um importante passo rumo à cidadania. "A mobilização tem por objetivo unir a população em favor da diversidade, da amizade, do respeito e do amor, no combate ao preconceito e à homofobia", completou a organizadora do evento.
Trata-se, portanto, de um momento em que a bandeira colorida não deve apenas enaltecer a diversidade sexual, mas simbolizar que todos merecem respeito, independente da condição que possua na sociedade.
A travesti Luma Andrade foi eleita a Madrinha LGBTT da parada. A escolha ocorreu em razão do trabalho nas lutas em defesa dos grupos LGBTT da região. "Estamos ansiosos, não vemos a hora de acontecer a Parada em Quixadá. Vamos lutar juntos pelos nossos direitos de cidadãos. Queremos ser felizes e amar sem distinção de raça, cor, religião ou sexo", completou a representante. Ela participará da escolha da Miss Gay Sertão Central. O concurso será realizado logo após o desfile no Balneário Cedro Clube.
O movimento multi-gênero recebe o apoio da Prefeitura de Quixadá. A Secretaria Municipal de Saúde montará tendas educativas na Praça da Cultura. Haverá distribuição de mais de dez mil preservativos, tanto masculinos quanto femininos, além de materiais informativos.
O Departamento Municipal de Transito, Conselho Tutelar, Conselho das Mulheres e Fundação Cultural Rachel de Queiroz também aderiram ao evento. Pretendem participar da festa em busca de uma vida sem preconceito, considerado fator ainda muito forte na região. Eles querem dignidade.
Mas o momento não é somente de festa. O município também se preocupa com a transmissão da Aids. Segundo levantamentos do Centro de Saúde Reprodutiva e Sexual (Cesa) de Quixadá, a cidade tem 87 pacientes soropositivos e outros 38 com o vírus HIV. Para a coordenadora do Cesa, Graça Lira, o momento é uma oportunidade para alertar a população sobre a importância do sexo seguro.
Fonte:http://diariodonordeste.globo.com/m/materia.asp?codigo=781908
Nenhum comentário:
Postar um comentário