Levada para o Mato Grosso, adolescente diz ter sido mantida em cárcere privado. Há indícios de abuso sexual e maus-tratos. Família biológica nega comercialização. Menina está em abrigo para menores e pode ser transferida. Justiça decidirá seu destino
Imagine você ser vendido como um produto de prateleira pelos próprios pais por R$ 700,00 e um lote de terra. Pois isso pode ter acontecido com uma adolescente cearense de 14 anos, que foi levada para a cidade de Várzea Grande, no Mato Grosso. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e conselhos tutelares dos dois estados.
Não bastasse a possível comercialização, denúncias anônimas feitas no começo de março indicaram que ela sofria maus-tratos, cárcere privado e abusos sexuais.
O Instituto Médico Legal (IML) de Mato Grosso realizou exame de corpo de delito na menina para confirmar a violência. O laudo ainda não foi divulgado. Contudo, em depoimento à Polícia, a jovem admitiu que mantinha relações sexuais com o homem socialmente apresentado como seu pai. Revelou até que os dois dormiam na mesma cama diariamente. Contou ainda a versão de que teria sido vendida por R$ 700,00 e um lote de terra.
O Ministério Público de Mato Grosso também acompanha as investigações. ``Eles viviam maritalmente. Até alianças usavam``, revelou ao O POVO a conselheira Patrícia Débora Barcelos, que comandou a ação que resultou no resgate da menina.
Conforme Patrícia, a adolescente assentiu que era proibida de deixar a casa. Por ora, ela encontra-se num abrigo público matogrossense.
É onde ela deve ficar até a Justiça decidir seu destino. A tramitação do processo pode durar um ano e há chances da família biológica reaver a guarda, caso fique comprovado que a venda não aconteceu nem houve negligência por parte dos pais.
De acordo com a conselheira, a mãe da garota já foi ouvida e negou ter participado de qualquer negociação sobre o ``preço`` da filha. A versão foi de que o abusador namorava com a menina quando morava no Ceará. ``A mãe falou que a garota trabalhava na casa dele e ele, quando foi embora, pediu para levá-la``, citou Patrícia.
A coordenadora do Conselho Tutelar de Várzea Grande, Talita Costa Marques, disse ao O POVO que a jovem já tinha histórico de vulnerabilidade social (pobreza, falta de acesso à educação, pouco acesso a equipamentos de saúde etc). ``Caso não dê para manter o vínculo familiar e não tiver uma família para substituir a biológica, ela fica no abrigo até completar 18 anos``, informou Talita.
E-MAIS
>Quando o Conselho Tutelar chegou à casa onde a menina era mantida encarcerada, ela estava escondida num armário embaixo da pia. ``Estava toda suja``, revelou a conselheira Patrícia Débora.
> O POVO não conseguiu falar com a delegada Juliana Palhares, responsável pelo caso, mas, ao portal da TV Imparcial, ela disse que está tentando identificar os suspeitos para indiciá-los por práticas de maus-tratos, cárcere privado e abuso sexual.
> Ontem quando O POVO falou com as conselheiras citadas na reportagem, nenhuma das duas soube informar de onde a garota fora levada. Descartaram apenas ter sido de Fortaleza.
> Patrícia Débora disse que, numa primeira conversa, a jovem negou os maus-tratos e o cárcere. Porém, na Delegacia, admitiu tudo e pediu para voltar ao Ceará.
> A conselheira informou ainda que o homem acusado do abuso chegou a cortar, em certa ocasião, os cabelos da menina com uma faca.
Fonte: http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/968855.html
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sábado, 3 de abril de 2010
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Menina diz que foi vendida por R$ 700
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