Localidade de LOGRADOURO
A POESIA
NO MUNDO
POPULAR
IDENTIDADE CULTURAL
Tejuçuoca - Ce
Novembro / 2015
A
PORQUINHA APAIXONADA
Autor:
Expedito Silva
Certo
dia eu acordei
Com
vontade de escrever
Quatro
horas da manhã
Só fiz
mesmo me benzer
E com
muita alegria
Comecei
esta poesia
Para
contar pra você.
Debaixo
do meu alpendre
Naquela
linda manhã
Escrevendo
coisas lindas
Palavras
tão belas e sãs
Escrevendo
ali tão só
Ouvindo
o rouxinol
E o
rangido das rãs
Eu
estava muito triste
No meu
canto a escrever
Derramando
minhas mágoas
Por
quem só me fez sofrer
Eu
estava escrevendo
E meu
coração sofrendo
Sem
vontade de viver.
A dor da
separação
É forte
e machuca a gente
Despeja
um mar de tristeza
Perturbando
nossa mente
Tirando-nos
a alegria
Só me
resta a poesia
Para me
deixar contente
Fiz uma
poesia linda
Que
falava de amor
De um
homem apaixonado
Que não
agüentava a dor
De ver
a sua paixão
Abandonar
seu coração
Por um
ricaço doutor
Um homem
pobre sofrido
Que
vivia do amar
Corpo
queimado de sol
Sempre
estava a trabalhar
Quando
chegava à tardinha
Vestia
a roupa que tinha
Corria
para namorar
O que me surpreendeu
Quando
li a poesia
É que
senti uma lágrima
Que bem
no meu pé caia
Fiquei
muito admirado
Olhando
pra todo lado
Se eu
chorava, não sabia
E
fiquei muito surpreso
Se eu
chorava não sabia
Só que
bem perto de mim
Uma
porquinha ali comia
A
bichinha estava rolando
Lá no
cimento chorando
Por
causa da poesia
A
porquinha gostou tanto
Que
começou a chorar
A força
da poesia
Separa
e faz se ajuntar
Não
esqueço isso jamais
Pois
até os animais
Tem o
direito de amar
Quando
vi o desespero
Daquela
linda porquinha
Que
abandonou seu milho
Deixando
para a galinha
E fui
conversar com ela
Vi que
como donzela
A porca
coração tinha
Ela
contou sua história
Que
parecia com a minha
Tinha
gostado de alguém
O qual
lhe deixou sozinha
Eu ali
só escutando
E
também me apaixonando
Pela a
história da porquinha
Ela
disse que amava
Um tão
famoso Barrão
Desses
grandes musculosos
Parecendo
um bombadão
Que
escrevia poesia
Dava
flores todo dia
E
roubou seu coração
E vendo
aquela sena
Tamanha
lamentação
Fiquei
com pena da porca
Que
triste situação!
Ela
triste ali tão só
Fiquei
morrendo de dó
E com
raiva do Barrão
Meu
povo bom acredite
Nesta
história verdadeira
Eu digo
por que vi tudo
E esta
não foi à primeira!
Conversar
com os animais
Isso eu
já fiz por demais
Conversei
a vida inteira!
E este
negócio de amor
É
difícil de agüentar
Perturba
qualquer cabeça
Faz até
bicho falar
Por
isso preste atenção
Cuidado
com o coração
Na hora
que for amar
Não
pense que é mentira
Que é
lorota, coisa assim
Este
cordel da porquinha
Ele foi
feito por mim
Se não quer acreditar
Corra e
vá perguntar
Ao
finado Zé Mudim
O meu
cordel é tão simples
Todo
escrito no papel
Pra
Maria e Raimundo
Para o
João e Emanoel
E dizer
que neste ano
Nós
estamos resgatando
A
cultura do cordel.
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