Um levantamento feito pelo Cedeca-CE apontou um paralelo entre a violência e os efeitos da covid-19 na Capital.
O Ceará tenta controlar as consequências da pandemia da covid-19, mas precisa se preocupar com os efeitos da epidemia de violência infantil, quase três vezes mais letal. Um levantamento feito pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-CE) apontou um paralelo entre a violência e os efeitos da doença causada pelo coronavírus.
Segundo o estudo, elaborado a partir de dados da Secretaria de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (SSPDS) e do Boletim Epidemiológico lançado pelo Governo do Estado em abril, foram registradas 42 mortes por covid-19 de crianças e adolescentes (0 a 19 anos) de janeiro até o último dia 6.
Em comparação com os homicídios no mesmo período, o número é 2,6 menor. Ou seja, as mortes por assassinatos são mais letais que a pandemia para esse público.
Os dados consideram apenas Fortaleza. No primeiro trimestre de 2021, em comparação com os três primeiros meses de 2020, houve queda de 29,6% em mortes de crianças e adolescentes. Mas, em comparação com o mesmo período de 2019, o número fica 93% maior.
De acordo com Carla Kemille Moura, assessora técnica do Cedeca-CE, os fatores que levam a esse aumento são a falta de políticas específicas para o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. Ela afirma também que no período da pandemia, houve aumento de acirramento de grupos criminosos por disputas territoriais. E a suspensão de aulas presenciais também agravaram o problema.
GCMais
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