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terça-feira, 30 de março de 2021

Aumento na demanda na segunda onda assusta setor funerário

Gestores fazem balanço do cenário pandêmico para o setor durante o período, aumento da demanda e impossibilidade de despedidas são marcas do momento.

Cemitério São João Batista, em Fortaleza  Foto: OPOVO

Em 2021, o cenário causado pela pandemia da Cavid-19 volta a assustar o setor funerário. Além do iminente colapso do sistema de saúde, o número de atendimentos nas funerárias também serve como indício do agravamento da situação no Estado.
"Durante o mês de março, na primeira quinzena, nós já atingimos a nossa média de atendimento em um mês. Para nós, isso mostra um cenário muito agravante. Temos um ritmo de atendimento e vamos vendo o fluxo acelerando. Nós vamos nos preparando e nos assustando com esse aumento. Um panorama muito parecido com o de abril do ano passado. Fevereiro já foi acima", relata Christian Borges, gerente de marketing do Grupo Nobre, que engloba a Alvorada Funerais e a Funerária Ethernus.
Segundo Borges, durante o pico da pandemia em 2020 o número de atendimentos aumentou em 100%. Os números apresentaram baixa e estabilidade em parte do segundo semestre do último ano.
Realidade que também foi percebida pela diretora de recursos humanos do Grupo Memorial, Patrícia Meireles. "Em março de 2020 tivemos uma mudança muito sutil, só com suspeitas. Aumento dos óbitos por questões respiratórias. Já em abril, maio e junho a curva subiu. Em julho, agosto e setembro vimos a curva descer. Em novembro e em dezembro foi quase zero, ficou no nível de uma causa mortis típica, afinal de contas a morte faz parte da vida".
Entretanto, em janeiro de 2021, Patrícia notou que os atendimentos por mortes ocasionadas pela Covid-19 voltaram a subir."Os números começam a assustar. Hoje, os casos de Covid-19, na rede Memorial Fortaleza, já são quase 50% do total. De janeiro a março tivemos um aumento de 200% nos sepultamentos de Covid, confirmados ou suspeitos. Em janeiro os casos representavam 20%, em fevereiro subiram para 38%", destaca.
Para o setor de empresas funerárias, porém, o momento não é de lucro exacerbados como muitos podem imaginar, é o que explica Patrícia Meireles. "Fazendo uma análise financeira, as receitas e as despesas aumentaram, deixando o lucro estável. Em alguns meses, o lucro até diminuiu. Temos uma estabilidade, nada de 'as funerárias estão ganhando muito dinheiro com a pandemia'", explica Patrícia.
A diretora conta que o aumento de números nos planos funerários passou a ser uma realidade nos últimos meses, mas que o fato também gera custos. "Se eu tenho uma carteira de clientes que fazem plano funerário e aumentam a utilização, isso também aumenta o meu custo. Olhando pelo lado da carteira, a gente aumentou muito os custos da funerária. Por outro lado, os clientes que não têm plano e precisam do serviço de maneira particular, entram em uma margem de lucro maior, mas também existem custos", conta Meireles.
O gerente de marketing do Grupo Nobre, Christian Borges, esclarece que o período de pandemia também foi de adaptação e de novos investimentos para atender a demanda. "Tudo nosso, quando se fala de atendimento, era muito presencial. Em meados de março, nós investimos no potencial do online. Aumentamos nosso quadro de funcionários, investimos ainda mais na capacitação desses profissionais, focando em um processo de humanização. Percebemos como uma das grandes mudanças a questão do meio online", relata.
Apesar do aumento no número de atendimentos durante os últimos meses, nenhuma das empresas sofreu com problemas ligados ao desabastecimento. O gerente de marketing explica que a empresa conta com cerca de 250 colaboradores, e que o número não deve diminuir diante do quadro pandêmico.
Patrícia Meireles conta que o aumento do quadro de funcionários também fez parte da nova realidade do Grupo Memorial. "Aumentamos, mas não especificamente só no setor externo. Tivemos um aumento de 5% no número de funcionários. As funerárias trabalham sob uma demanda surpresa, eu já preciso manter uma mão de obra disponível, já que não sei quando irá acontecer um óbito". Ela ocnta, porém, que o que mais mudou foram as cerimônias. "Sempre fizemos um cerimonial personalizado, com preocupação de fazer uma cerimônia onde a família conseguisse mesmo prestar essa última homenagem, mas isso foi banido. De fato, o maior impacto foi na parte das despedidas. Essa impossibilidade é muito dolorosa, da família não poder se despedir", diz Meireles
Christian Borges concorda que o pensamento de grandes lucros no setor é equivocado. "A sensação de que a funerária está lucrando com o momento é um pensamento errôneo. A gente não caminha dentro desse tipo de fala. Percebemos um aumento do plano funerário. Percebemos que houve uma procura maior pela contratação dos planos. Comercialmente, nós pensávamos que eles iam diminuir, já que muita gente estava sendo demitida, ficando sem emprego, mas o cenário se manteve estável e, em determinados momentos, foi até melhor", conta Borges.


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