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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Iraniano que chefiava grupo de extermínio vai a júri pela 2ª vez


Isolado em uma cela na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso, distante 3.300 Km de Fortaleza, o iraniano Farhad Marvizi, o "Tony", vai sentar no banco dos réus, pela segunda vez, desde que começou a ser investigado por uma sequência de execuções sumárias praticadas em Fortaleza. Apontado como chefe de um grupo de extermínio formado por policiais militares, ex-PMs e outros civis, Marvizi sofre no cárcere com doenças crônicas, mas ainda é considerado perigoso e sua vinda ao Ceará para o júri é de alto risco. Por isso, o julgamento sobre a morte do comerciante e eletricista Francisco Cícero Gonçalves de Sousa, conhecido como 'Paulo Falcão', será por videoconferência no dia 6 de maio deste ano.

A trama envolvendo o estrangeiro e seus comparsas é marcada por falsas amizades, negócios ilegais, traições e mortes. No caso de Marvizi e Paulo Falcão, a ligação entre eles começou no ano de 2008 por um motivo inusitado: altos gastos com contas de energia elétrica. Paulo Falcão que, além de ter uma pizzaria, fazia bicos como eletricista, foi apresentado a Marvizi por um amigo em comum dos dois, o comerciante Carlos José Medeiros Magalhães. Por suas habilidades, Paulo foi contratado para fazer um "gato" na ligação de energia em dois imóveis do iraniano nos bairros Meireles, em Fortaleza, e Porto das Dunas, em Aquiraz.

Ligações clandestinas feitas e, consequentemente, contas mais baixas. No entanto, não eram apenas os gastos com energia que preocupavam o estrangeiro. Farhad Marvizi "sofria" com as fiscalizações da Receita Federal contra os negócios ilegais de venda de aparelhos eletrônicos. Tentando burlar o fisco com a compra de mercadorias sem nota e contrabandeadas, as lojas de Marvizi instaladas em shoppings da Capital passaram a ser alvo de fiscalizações cada vez mais intensas da Receita entre os anos de 2006 e 2008 com prejuízos em apreensão de mercadorias superiores a R$ 1 milhão.

INIMIGO NÚMERO 1

Diante da ofensiva, o chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita, José de Jesus Ferreira, passou a ser considerado inimigo número 1 do iraniano e teve a morte encomendada por ele. No dia 4 de dezembro de 2008, Tony contratou os "serviços" de Paulo Falcão para matar o auditor e ofereceu a quantia de R$ 15 mil, tendo pago R$ 4 mil adiantados.

Cinco dias depois, na tarde do dia 9 de dezembro de 2008, o plano criminoso foi posto em prática, e Jesus Ferreira foi alvo de uma emboscada no bairro Varjota, em Fortaleza, e sofreu cinco tiros. Contudo, o auditor escapou com vida do atentado. Mesmo sem ter concluído o serviço pelo qual havia sido contratado, Paulo Falcão passou a cobrar de Marvizi o restante do dinheiro prometido. Após as seguidas cobranças e por ser conhecedor dos negócios ilegais do grupo criminoso, o eletricista 'Paulo Falcão' irritou o iraniano e passou de pistoleiro a alvo.

PIZZARIA

Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado (MPCE), as 19h40 do dia 2 de junho de 2009, cerca de seis meses depois de ter tentado matar o auditor da Receita, 'Paulo Falcão' foi executado a tiros dentro da pizzaria dele, no bairro Vila Manoel Sátiro. O crime teve como mandante Marvizi, mas foi intermediado por Carlos Medeiros, que contratou o policial militar Ivanildo Mariano Silva para executar o crime.

A análise das comunicações por meio de celular entre Marvizi, Carlos e Ivanildo colocaram os três nas imediações da cena do crime e em horários próximos aos do homicídio. Para o MP, não resta dúvida de que eles tramaram e executaram Paulo Falcão.

O iraniano e o policial militar Ivanildo foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe e com meio que impossibilitou a defesa da vítima.

Carlos Medeiros não chegou a ser denunciado, pois foi executado junto com a mulher Maria Elisabeth Almeida Bezerra, no dia 2 de agosto de 2010, cerca de um ano depois da morte de 'Paulo Falcão', também a mando de Marvizi em uma nova queima de arquivo. Após as mortes de Carlos Medeiros e de Maria Elisabeth, o rastro de sangue feito pelo estrangeiro, que também tinha as marcas do empresário Francisco Francélio Holanda Filho, assassinado em julho de 2010, chegou ao fim.

Carlos e a mulher estavam colaborando com a Polícia Federal (PF) para desvendar os crimes de Marvizi. Dias depois da morte do casal, o iraniano e seus comparsas que ainda estavam vivos foram presos na Operação Canal Vermelho.

De lá para cá, o estrangeiro permanece preso e já foi condenado pela tentativa da morte de Jesus Ferreira e por descaminho. Os júris do iraniano sobre as mortes de Francisco Francélio, do casal Carlos Medeiros e Elisabeth ainda não têm data marcada. As defesas de Marvizi e de Ivanildo não foram localizadas pela reportagem. Nas defesas apresentadas no processo, ao qual a reportagem teve acesso, os dois negam participação no crime. Ivanildo não será julgado dia 6 de maio próximo porque ingressou com recurso no Tribunal de Justiça do Ceará sobre a sentença de pronúncia.

Fonte: Diário do Nordeste

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