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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Deu no Jornal O Povo: Comunidades iniciam construção de passagem molhada após anos de promessas políticas

A previsão é de que a obra seja concluída no fim de fevereiro deste ano, toda a partir de doações e trabalho voluntário dos moradores

Por CATALINA LEITE / ESPECIAL PARA O POVO


Ao todo, 84 pessoas trabalharam voluntariamente na construção da Passagem Molhada de Caetano, que beneficiará quase 500 famílias em comunidades de Apuiarés. (Foto: Arquivo Pessoal)

A cena do corpo de uma idosa morta sendo puxado com uma rede para atravessar o riacho do Paulo ficou na história das comunidades ilhadas durante o inverno. o fato aconteceu no interior de Apuiarés, município a 111 km de Fortaleza, e serviu para exemplificar a urgência de se unirem para a construção da passagem molhada do Caetano. Apesar das constantes promessas políticas de projetos, a obra nunca saiu do papel.

Há pelo menos meio século, a rotina dos moradores de Caetano, Vertentes, Assentamento e Boa Fortuna é dificultada de fevereiro a maio pela cheia do riacho do Paulo. Os transportes ficam impossibilitados de acessar os povoados, e estudantes, trabalhadores e doentes são forçados a atravessar as fortes correntezas do riacho com água até os joelhos ou levados nos braços pela população.

As comunidades de Caetano, Vertente, Boa Fortuna e Assentamento, além de Apuiarés, participaram das doações para construção da passagem molhada de Caetano. Circunvizinhas do riacho do Paulo, Vertente é a única registrada no mapa.

Cansados de esperar a concretização de promessas de vereadores e deputados em época de campanha eleitoral, as quase 500 famílias das localidades criaram comitivas em novembro de 2019 para construir a própria passagem molhada. A partir de doações em dinheiro, transporte, materiais e até comida para os trabalhadores, a passagem molhada de Caetano está prevista para ser concluída até fim de fevereiro de 2020.

A articuladora Lucilene Alves, 35, conta que, apenas no início da campanha, as comissões conseguiram R$ 5 mil em doações. A quantia foi arrecadada “porta a porta” nos comércios de Apuiarés e entre as comunidades unidas. Ao todo, 84 trabalhadores atuaram voluntariamente na construção, além das dez pessoas responsáveis pela alimentação deles.

Da mesma forma, o projeto da obra foi desenvolvido pelos pedreiros dos povoados, com revisões esporádicas de engenheiros civis. “No início, tivemos auxílio de um engenheiro, mas ele não ficou com a gente durante todo o trabalho. Ele queria que fosse sem manilha [de concreto] e, como [a correnteza do] riacho é muito forte a comunidade não aceitou”, explica Lucilene.Projeto da passagem molhada do Caetano. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Unimos forças. Fizemos reunião nas comunidades vizinhas, mostrando a força e a necessidade de estarmos nessa luta, e aí, graças a Deus, estamos quase na reta final”, comemora a articuladora. Na expectativa de ter as obras concluídas, até o novo padre da paróquia de Apuiarés, identificado como Marciano, se empolgou. O religioso se prontificou a abençoar a passagem no dia da inauguração, além de celebrar missa em agradecimento ao trabalho da população.

Promessas políticas

Segundo os moradores, políticos prometiam há mais de 30 anos a construção de uma passagem molhada sobre o riacho do Paulo. Inclusive, conforme explica Lucilene, os boatos afirmavam que projetos de passagem já existiam “no papel” e que até mesmo reformas tinham sido realizadas na suposta passagem molhada.

Há, de fato, um projeto para construção de uma passagem molhada em Caetano, mas em outro ponto da comunidade. O projeto 1056499-94 de 2018 estipula valor total de R$ 366.714,29 para a obra, já repassado pelo governo federal e pela prefeitura municipal. Desde então, a prefeitura aguarda a emissão do licenciamento ambiental para análise do projeto.

No mesmo ano, o órgão homologou empresa para construir uma passagem molhada na localidade de Salgado do Massapê, com contrato de R$ 214.878,58. A obra está 95% concluída.

Em nota, a prefeitura de Apuiarés classifica como “louvável” a atitude das comunidades unirem esforços para a construção de passagem “em outra localização além da que vai ser implantada pelo poder público”. Ainda, ressalta que só pode praticar atos descritos por lei: “No caso dessa passagem molhada, assim como qualquer ato administrativo, foram necessários diversos estudos e cumprimento de todos os trâmites legais”.


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