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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Produtores aprendem métodos de convivência com a seca no Ceará

Os agricultores recebem orientação técnica de ONGs e apoio financeiro por meio do Projeto Paulo Freire - FOTO: HONÓRIO BARBOSA
As chuvas irregulares e escassas dos últimos oito anos no Ceará resultaram na queda do cultivo de grãos no Estado. A região do Sertão dos Inhamuns é uma das mais afetadas. Diante deste cenário preocupante e que ameaça a sobrevivência dos sertanejos, uma rede de Organizações Não-Governamentais (ONGs) passou a desenvolver, em 31 cidades cearenses, ações cujo objetivo é garantir acesso às tecnologias sociais que permitam a convivência com a seca, tais como biodigestores, reúso de água cinza e cisterna de placas.

Esses municípios, que totalizam 600 comunidades rurais, com cerca de 23 mil famílias, recebem, também, apoio financeiro por intermédio do Projeto Paulo Freire, que é financiado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), no valor de US$ 80 milhões. As atividades são variadas e prezam pela mínima dependência dá água, recurso escasso no semiárido.

As atividades agropecuárias desenvolvidas dependem do perfil de cada família que recebe, em média, R$ 5.370 para iniciar a implantação das atividades que vão desde ovinocaprinocultura à avicultura caipira, apicultura, suinocultura e produção de hortaliças. Embora tenham abordagem distinta, todos os projetos visam ao beneficiamento da produção familiar.

Mudança

Com assistência e orientação técnicas, os agricultores passaram a apostar em alternativas mais assertivas. Na localidade de Riacho dos Cavalos, em Tauá, as 46 famílias beneficiadas pelo Projeto, com assistência das ONGs, relatam "prosperidade mesmo diante da seca". A agricultora Francimária Gomes de Oliveira, conhecida por Cimária, deixou a dedicação exclusiva das atividades domésticas e apostou na criação de galinha caipira. Menos de um ano depois, os resultados são, segundo ela, "surpreendentes".

"A gente chegou a passar fome, tinha dia que nem pão a gente comia. Comprávamos fiado na bodega. Hoje, é diferente, temos uma vida bem melhor", pontua. Para a coordenadora estadual do Projeto, Íris Tavares, mudanças como estas, vivenciadas pela família de Cimária, simbolizam os desígnios do Paulo Freire. "O objetivo é a redução da pobreza no Semiárido e melhorar a qualidade de vida de agricultores", pontuou. Ela acrescenta, ainda, que o êxito do Projeto consiste no elo do desenvolvimento rural sustentável à utilização de uma rede de assessoria técnica que acompanha e orienta as famílias beneficiárias no acesso às políticas públicas e às tecnologias sociais de convivência com o semiárido.

João Alves é outro beneficiado pelo Projeto. Antes de desenvolver uma horta em sua comunidade onde cultiva coentro, cebolinha e alface, ele vivia da lavoura. Com o advento da seca, a rentabilidade da atividade declinou, e o produtor experimentou sérios problemas financeiros.

Com orientação técnica do projeto Paulo Freire, ele conta que mudou o ramo e passou a comercializar hortaliças para famílias da região, na feira livre na cidade de Tauá. "Preciso de menos água, e o retorno é certo. Vendo tudo, nunca se perdeu nada", comemorou.

Fonte: Diário do Nordeste

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