Na véspera da votação no Plenário da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB-SP), governistas querem acelerar o processo e terminar tudo hoje mesmo. Enquanto isso, os oposicionistas estudam maneiras de prolongar a sessão.
Ontem, no primeiro dia de trabalhos legislativos após o recesso parlamentar, a deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), segunda secretária da Câmara, leu o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que pede o arquivamento da denúncia.
Foram 28 minutos de leitura. Era uma formalidade, mas obrigatória. Agora, a Câmara pode decidir se vai ou não autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a analisar a denúncia contra o peemedebista pelo crime de corrupção passiva. A oposição não quer que apenas o relator e o advogado de defesa falem no início da sessão.
Quer também discursos a favor do seguimento da denúncia. Pensa até em recuperar o relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), favorável à denúncia. "Na fase da apresentação da defesa, ele não possibilitou até agora o contraditório porque vai falar o advogado de defesa, vai falar o relator do voto vencedor, que é favorável à defesa, e não haverá nenhuma fala da acusação", disse Carlos Zarattini (PT-SP).
Para os governistas, a oposição está tentando mudar o rito porque sabe que não tem votos suficientes para aprovar o encaminhamento da denúncia ao STF. Quem defende Temer diz que as regras não podem ser alteradas agora.
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