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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O CONTO DO MEU GALO QUINÊS




Desta feita o cronista resolve satirizar em sua crônica o conto do Galo Quinês, seu Galo de estimação. A sátira advém do centro do seu terreiro. Um assunto que traz no seu viés todo o estímulo e assédio sexual vindo de um galinheiro. Fala de um ovíparo que sequer respeita as regra da galinhada. A primeira foi a Pintada que ao tentar botar ovos no ninho pôde ver Quinês já chocando os seus. A segunda, nem se fala, causou até contraste de cores, Quinês em vez de cobrir a galinha Diamante passou a perna no papagaio do vizinho que, num tom repugnante indagou:

- O colega já viu falar em galinha verde? 

A Carijó, acuada pelas traições, desertou depois de receber a visita do galo China e perceber que nem na chocadeira se livrava das suas relações impotentes. Por que diante da prerrogativa apresentada pela legião das galinhas traídas era o próprio Quinês que escolhia suas fêmeas no frigir dos ovos. E não sendo o Galo Quinês nas suas atípicas ações fica a queixa da Pomba de banda:

- Quisera eu, ter à disposição esse galo em meu estimado habitat natural. É que meu pombo correio hoje abraçou o seu apelido verdadeiro “a pomba de banda”.

Era Natal e antes que seu dono escolhesse a ceia, o Galo Quinês já escolhia, pois papou a coitada da perua antes que o dono a levasse ao forno. Mesmo depois de ser fisgado pelo cocorocó do galinhal.

- Ele agora foi longe demais, senhora presidenta da legião, se apropriando do nosso ninho para comer a perua da ceia. Não pode! Arrematou o peru velho aposentado que escutava a história no oitão da casa grande.

–É realmente ele foi longe mesmo! Será que esqueceu a regra: galo é marido da galinha e peru é marido de perua. Ele me deve satisfações: aguarde-me! Agora deu mesmo! Eu pagando as contas e ele comendo a bóia. 

Do ninho do carcará já veio à lição. É que o estimado Quinês em outra ocasião já havia passado ate a mulher do Avestruz, depois de um frustrado encontro com a galinha d’angola. Tudo ia muito bem para o galo Quinês, não fosse a sua ousadia de cantar a mulher do ganso. Era meia noite e meia quando o ganso, em sua intrepidez, não deixou mais ninguém dormir e falou em alto e bom tom:

– Hoje dou um fim nessa história e a forma correta de me vingar desse galo maldito é inventar uma historia maluca para o mais valente do terreiro. Hoje ele me paga.

Tudo perfeito, idéia genial, matutava o ganso cheio de felicidades, ao comentar com todos do terreiro até com o galo de briga:

- Quem vai ter coragem de liquidá-lo ao preço da vingança? Quem vai ser o corajoso que hoje bota fogo no galinheiro? Isso nos ouvidos do galo de briga. Que logo pergunta:

- Você está falando comigo amigo ganso?

- Não se parse por despercebido camarada galo de briga, você ainda não percebeu que Quinês está querendo lhe passar pra trás? Por que você não observa com mais detalhes essa situação?

– Me respeite, camarada ganso, por que você não procura o que fazer, em vez de ficar criando intrigas entre a bicharada?

- Ah! Você estar por fora. Saiba que Quinês já papou todas por aqui, e agora a pouco bateu no peito e falou, a próxima será a mulher do galo de briga. Quase sem jeito, mais meio desconfiado o galo de briga parte para o ataque com uma pesquisa interrogatória com o próprio Quinês, a ponto de um desabafo. 

- É verdade, amigo Quinês, o que o ganso anda espalhando por ai? 

- Não sei do que fala amigo.

- É melhor não saber mesmo, mas tenha muito cuidado com o ganso que ele está preparando uma cilada para você. 

O Ganso sabendo que tinha sido traído pelo galo de briga ironizou:

- Agora ele me paga, galo covarde se diz valente mais morre de medo daquele baú de penas! Pois num é que ele se juntou ao Quinês!

Pensou o ganso... Já sei, vou mudar a estratégia. Vou esconder todos os ovos do galinheiro para o dono achar que Quinês anda improdutivo entre as galinhas. Assim o seu dono o levará ao fogo. E pense numa canja! E assim o fez, todos os dias roubava os ovos do galinheiro e enterrava em cova rasa no fundo do quintal. Ao observar a astúcia do ganso, Quines lembrou-se do conselho do amigo. E sem pensar duas vezes avisou logo ao dono do galinheiro sobre a esperteza do ganso, que o mesmo estava roubando os ovos das galinhas. O dono resolveu de pronto, pastorar o ganso em sua ação. Grande foi a sua surpresa, ao vê-lo passar despercebido levando a postura do dia. O dono por achar que o ganso roubava toda a produção da galinhada sem dó e piedade resolveu lhe dar um fim, lhe atravessando um tiro certeiro de socadeira no meio dos peitos. Foi só um tiro para o Galo Quinês balbuciar:

– Acaba de morrer o corno fuxiqueiro do meu terreiro! 

Gonzaga Barbosa, em: A crônica do mês/25/02/16





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