Cem anos se passaram... Mesmo assim, o quinze
ainda persiste em nossas vidas! Vidas mesmo que ainda secas. Isso quer dizer
que, os homens mesmo que sobre alerta a problemática, a deixaram virar
insolúvel. Uma sensação que não podemos chamar de intencional, porém de omissa.
A partir da ignorância ou dos interesses de quem as detinha como suplemento
eleitoral. A seca antes era um estereótipo que só assolava ou massacrava o povo
nordestino. Diferente dos dias atuais que até a paulicéia diante de sua beleza
transcendental também vira alvo e se enclausura em seu “poder de fogo”. E
artificialmente as suas nuvens são bombardeadas pela transgressão
tecnológica. E o “velho Chico”, o que
acha de tudo isso, diante de sua agonia e com tão espinhosa missão de um dia
empanzinar o nordeste? Um sonho
consumado de tantos que esperam a transposição...
E
queira Deus ao término da sua obra ainda tenha água em sua vazão. E que o seu
leito por sobre as suas margens ainda alcancem o seu itinerante! É que do longo
se pode observar; esse “furta cor”, que une a cidade ao sertão. Um sertão que,
mesmo árido, se tornou inspiração para cancioneiros que com suas canções
imortais ofuscaram o cio da terra mesmo sem o seu verdejar. Seja na voz de Gonzagão, Domiguinhos ou pela
forte expressão de Patativa e a perfeita maestria das letras de um João do
Vale; seja pelas mãos de Guimarães, Raquel de Queiroz ou Graciliano. Os verdadeiros donos dos best
seller do sertão. E afinal de contas
que alienígena somos nós?! Que, de tanto ouvir falar em seca, ignora a
propósito a sua real existência! Ainda na imposição de um Deus dará... quando a
palavra de ordem é irrigar o nordeste e matar a fome de um povo cujas orações
são seus últimos apelos existencial...
Hoje
muito se vê por aí: o carro pipa, o poço artesiano e até as descontentes
falácias de muitas décadas atrás, “que vamos irrigar o nordeste”, mas na
concepção de todos e de todas se faz acreditar que seja só um paliativo de ano
eleitoral. E passando a acreditar em certos termos (para não dizer certos
boatos). E em até certo ponto se preocupa o cronista: se um dia não mais
alcançar essa dádiva e o Velho Chico não possa mais se deleitar no seu
acalanto. E ainda que um dia se abram as comportas, em tempo hábil o nosso rio
não mais seja o braço do mar. Pela falta do liquido precioso em suas veias. E
esperar por alguém, talvez já não seja a solução! E agora, como rezar pra ver
chover se até os céus anda temeroso pelas ações humanas? Porque no céu houve um
bombardeio! E sendo o céu a casa do
Senhor, fica difícil acreditar que a água um dia possa vir. Em função do
distanciamento do coração do homem em SUAS AÇÕES.
Gonzaga Barbosa... Em a crônica do MÊS.
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