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sábado, 27 de julho de 2019

Permanência de famílias na extrema pobreza mantém situações de fome em Fortaleza

Condição social guarda estreita relação com o acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas. — Foto: Natinho Rodrigues / Sistema Verdes Mares
Falta dinheiro, comida e garantias. Em Fortaleza, pelo menos, 204.177 famílias seguem em situação de extrema pobreza. Isto considerando os registros formais dessa condição, pois essa quantidade refere-se às famílias inscritas junto à Prefeitura no Cadastro Único - mecanismo do Governo Federal que identifica e caracteriza a população de baixa renda para inserção nos programas sociais. Nas famílias extremamente pobres, a renda familiar mensal por pessoa é de apenas R$ 89,00. A permanência da desigualdade de renda tem como efeito privações como a fome, pois a condição social, avalia a Prefeitura e pesquisadores, guarda estreita relação com o acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas.

Outras 39.728 famílias de Fortaleza estão em situação de pobreza, conforme o Ministério da Cidadania. Nesse caso, a renda mensal por pessoa é de somente R$ 178,00. Uma vendedora de desinfetante (que não vamos identificar devido à condição de vulnerabilidade), que se desloca todos os dias 11km com dois filhos em busca de alimentação, ilustra a persistência do drama antigo: a privação do acesso a alimentos como efeito da baixa renda. A família sai Barra do Ceará rumo à Parangaba todos os dias para garantir o almoço.

A refeição é feita no único restaurante popular mantido pela Prefeitura na capital cearense. No local, que serve 1.400 refeições por dia, o prato custa R$ 1,00. É uma abundância de comida para quem muitas vezes não tem o básico em casa. Com o trabalho, a vendedora explica que apura R$ 200,00 mensais. O dinheiro, somado aos R$ 179,00 que ela recebe do programa de transferência de renda do Governo Federal, Bolsa Família, compõe o orçamento da família.

Com dois filhos pequenos e moradora de um imóvel alugado, por R$ 300,00, no bairro Barra do Ceará, a alternativa da vendedora é sempre buscar comida onde o custo for menor. No período letivo, explica ela, o filho mais velho vai para a creche e garante um pouco de alimentação a tarde. Mas nas férias, a situação se complica. A criança de três anos, almoça junto com a mãe e o irmão na Parangaba.

O restaurante é o único do tipo na Capital e a oferta de alimentos é inferior à demanda. A fila se forma antes da 10h e segue até mais 12h. Quase sempre, a quantidade de refeições acaba antes de fila terminar.

A escassez também é sentida pela população em situação de rua. Nas praças do Centro os moradores de rua seguem uma dinâmica própria de alimentação. As doações são as únicas "certezas" para saciar a fome, conta um das pessoas (que não será identificada) moradora da Praça do Ferreira . No local, o alimento que é um direito humano, quando chega através do poder público, ainda é insuficiente diante da demanda.

O diagnóstico da Prefeitura é que em três pontos do Centro (Praça José de Alencar, Praça da Lagoinha e nas proximidades da Estação de Metrô) o número de pessoas em situação de rua chega a 400. Mas foi apenas em junho desse ano, que a Capital recebeu o primeiro refeitório social destinado a esta população. No local são servidas 400 refeições diariamente para moradores de rua. Esse público é prioritário na política de garantia de segurança alimentar, explica o titular da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Elpídio Nogueira. A vulnerabilidade, esclarece o secretário, além da quantidade está atrelada à qualidade da alimentação dessas pessoas.
Permanência da desigualdade de renda tem como efeito privações como a fome. — Foto: Natinho Rodrigues / Sistema Verdes Mares
Ausência de pesquisas locais

Embora existam ferramentas para identificação e classificação da insegurança alimentar e nutricional no nível local, esse mapeamento, de modo geral, não é feito pelos municípios, segundo a nutricionista e coordenadora do Grupo de Estudos em Política de Segurança Alimentar e Nutricional (GPSAN) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Marlene Marques.

Para mensurar os riscos na Capital, conforme a professora, é feito um paralelo com a situação de segurança alimentar identificada para o Ceará pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio feita especificamente sobre o tema em 2013. O levantamento considera a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e Nutricional, que classifica a insegurança alimentar em leve, moderada ou grave. No caso extremo a pessoa sofre com a privação total de alimentos.

"Na falta de uma pesquisa local, podemos fazer um paralelo com a situação identificada para o Ceará em 2013. Neste caso teríamos cerca de 35% de pessoas vivendo em insegurança alimentar". De modo geral, explica ela, os grupos mais vulneráveis são aqueles em que incidem os mais graves indicadores sociais, assim a insegurança alimentar "é maior entre as pessoas com menos anos de estudo e de menor renda. É maior nos domicílios com pessoas menores de 18 anos e entre as pessoas de raça cor/negra e parda em relação à raça/cor branca, e embora seja menor entre as mulheres em relação aos homens, ao analisar ao tipo de insegurança alimentar por sexo, a pesquisa revela que há mais mulheres que homens em situações de insegurança alimentar moderada e grave".

Carência de recursos

A pesquisadora Marlene Marques avalia que para reverter a situação de insegurança alimentar é preciso avançar em programas que incidam sobre as causas dessa condição. Dentre as ações que tem sido adotadas no Brasil nesse processo está o de transferência de renda, como o Bolsa Família. Outros incidem nas consequências da insegurança alimentar, como a distribuição de cestas básicas. Nesse último quesito, a situação de Fortaleza também é complicada.

O chamado benefício eventual de distribuição de cestas básicas sofre o efeitos do contingenciamento de recursos do Governo Federal, relata o secretário, Elpídio Nogueira. No momento, o município sequer tem contrato em vigor para garantir esse benefício. "Não está funcionando como é para funcionar. Eu devo ir ao Ministério (da Cidadania) no próximo mês para tentar discutir essa questão", relata o secretário.

Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAs), portas de entrada para atendimento de famílias vulneráveis, garante a presidente do Conselho Regional de Serviço Social, Leiriane Araújo, sofrem com a não regularidade desse benefício. A assistente social critica a falta de políticas concretas de segurança alimentar como a construção de restaurantes, cozinhas comunitárias e refeitórios.

Um comentário:

  1. É VERDADE MUITO DESOLADORA SITUAÇÃO DE MISÉRIA ALIMENTAR EM FORTALEZA ... POIS ENQUANTO OS COFRES DESTE PAÍS ESTÃO ABARROTADOS DE DINHEIRO DÁS RENDAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS EM SE TODA RENDA FEDERAL DE TODA NAÇÃO BRASILEIRA ... COM PESSOAS QUE ESTÃO A BANCA ROTA EM SEUS CARGOS PÚBLICO E QUE NÃO ESTÃO NEM AÍ PARA ÀS PESSOAS INDEFESAS QUE NÃO POSSUEM MÍNIMAS CONDIÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA PARA TEREM UMA DIGNA REFEIÇÃO REGRADA DE CUIDADOS PÔR SUAS VIDAS COM SUAS NECESSIDADES PARA SUAS SOBREVIVÊNCIA PERANTE A SOCIEDADE PÚBLICA E INTEIRAMENTE INTRANSIGENTE E INGRATA DIANTE DE VIDAS DE POBREZA DE MUITOS INJUSTIÇADOS QUE VIVEM SEM O APÓIO DEVIDO O EGOÍSMO DE MUITOS QUE ESTÃO NOS CARGOS PULBLICOS E POLÍTICOS DESTA BEMDITA NAÇÃO BRASILEIRA QUE HÁ MUITO TEM SIDO SAQUEADA ROUBADA PÔR INFAMES GLUTÕES E GANANCIOSOS E MALIGNOS ADMINISTRADORES DESTE PAÍS ... MÁS QUANDO CHEGA A ÉPOCA ELEITORAL ELES ESTÃO CORRENDO ATRÁS DOS HUMILDES E NECESSITADOS PARA NELES VOTAREM E OS ELEGEREM AOS SEUS CARGOS PÚBLICOS PÁRA QUE ASSIM ESTES ELEITOS ENCHAM SUAS BARRIGAS DO BOM E DO MELHOR ENQUANTO OS MISERÁVEIS QUE SÃO ENGANADOS PÔR ESTES QUE SE ELEGEM PASSAM FOME !... ESTÁ É HÁ GRANDE E SINCERA VERDADE ... !

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