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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Irmãos recebem rins do mesmo doador no Ceará: 'situação rara no mundo'

Portadores de uma doença renal progressiva, os irmãos Raimundo, de 57 anos, e Antônio Rodrigues de Abreu, de 51, receberam transplante de rins de um mesmo doador, no mesmo dia. O fato é incomum, de acordo com a médica Paula Fernandes, chefe da Unidade do Sistema Urinário do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

"Essa é uma situação muito rara no mundo e foi a primeira vez que isso aconteceu no hospital. A equipe ficou bastante motivada para que os dois pudessem ser operados no mesmo dia e torcendo para dar certo", diz.

A seleção dos pacientes que vão receber transplante respeita uma lista de espera e segue critérios de compatibilidade. Um deles é o antígeno leucocitário humano (HLA). A chance de dois irmãos terem o HLA idêntico é de 25%, e esse foi o caso dos dois, que também eram compatíveis com o doador.

Qualquer célula exibindo algum tipo de antígeno leucocitário humano que não parece próprio do indivíduo é percebido como um invasor pelo sistema imunológico do corpo, resultando na rejeição do transplante do tecido que possui essas células. Assim, verificar a compatibilidade HLA é essencial para que um transplante de órgãos seja bem-sucedido.

'Parecia que tinha ganhado na loteria'

Os irmãos sofrem de uma doença renal progressiva, a nefropatia diabética. Raimundo já se preparava para receber o transplante há cinco anos, e Antônio, há quatro. Eles moravam em Manaus, em Amazonas, quando receberam a notícia da necessidade do transplante. Há um ano vieram para Fortaleza em busca de oportunidade em realizar o procedimento.

Às 2h30 do dia 23 de maio deste ano, Raimundo recebeu uma ligação do hospital comunicando que um doador compatível havia aparecido e que ele era o próximo na fila de espera. Algumas horas depois, o irmão, Antônio, recebeu ligação semelhante.

“Eu conheço pessoas que foram chamadas 24 vezes e não estavam preparadas. Não fiquei muito confiante. A ficha não caiu. Não acreditei”, diz Antônio.

Após fazer os exames, Antônio foi o primeiro a ser encaminhado para a cirurgia. Algumas horas depois, foi a vez de Raimundo. Cirurgias bem-sucedidas, os dois dividiram também o quarto no período de recuperação.

“Depois que eu acordei da cirurgia, senti aquela felicidade, aquela alegria, aquela vontade de chorar. Parecia que eu tinha ganhado na loteria”, resume Antônio.

Oito dias depois, os irmãos receberam alta hospitalar. Os dois têm planos de voltar a Manaus para reencontrar o restante da família, quando estiverem completamente recuperados e receberem a autorização para isso. “Eu só faço o que o médico manda”, diz Raimundo. Os irmãos também têm planos de viajar pelo Brasil e para o exterior.

Transplantes

De acordo com a chefe da Unidade do Sistema Urinário do Hospital Universitário Walter Cantídio, desde o primeiro procedimento, realizado em agosto de 1977, já foram realizados 1.556 transplantes renais no HUWC. Apenas entre janeiro e maio de 2018, foram 47 procedimentos. O paciente mais antigo tem 40 anos de transplante.

No Hospital Walter Cantídio, a taxa de doação dos pacientes que estão em morte cerebral é acima de 70%. E a taxa de sobrevida no primeiro ano após o transplante supera 95%.

Segundo levantamento da Central de Transplantes do Estado, em 2018 (até 8 de junho), o Ceará já contabiliza 565 transplantes realizados, sendo 327 de córnea, 111 de fígado, 104 de rim, 43 de medula óssea, 13 de coração e dois de pulmão.

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