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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Pentecoste - Na comunidade de Ingá, com pouco dinheiro e quase sem água, famílias sonham em ter um poço profundo

O Ceará registra 99,98% do território com seca, revela os dados do Monitor das Secas da Agência Nacional das Águas (ANA). Mas o que os números e os estudiosos não mostram, apenas indicam, é o sofrimento do povo do semiárido nordestino, que enfrenta com força, resiliência e, muitas vezes, com desespero, as consequências da seca.

Na localidade de Ingá, distante a 52 km da Sede Pentecoste, desde que o Ceará começou a virar deserto, os efeitos dos seis anos consecutivos de seca castigam aproximadamente 60 famílias. É tanta secura que até as plantas típicas da vegetação caatinga estão morrendo. A economia da comunidade é baseada na produção de carvão e no auxílio de benefícios socias.

As cisternas auxiliam na luta diária. No entanto, por mês, a Defesa Civil envia apenas dois caminhões-pipas. A chegada dos veículos é motivo de alegria. Alguns correm para dentro de casa e buscam baldes para aparar cada gota no momento do abastecimento. O motivo de tamanha economia é que, segundo relatos, a água é dividida entre sete famílias. Quando acaba, é preciso recorrer a meios alternativos. O preço de uma carrada de água sem tratamento chega a custar R$ 200. Lá, eles não têm condições de pagar.

Ernando conta que, devido a pouca água, não é possível praticar a agricultura familiar. Sem oportunidades de emprego, tenta tirar o sustento por meio do carvão. Em alguns casos, devido a necessidade, ele vende fiado, e os compradores, geralmente de Fortaleza, dão calote, enrolam e somem. "Quando isso acontece a minha família passa fome", revela.

Eliane, presidente da Associação do Ingá, relata que há 12 anos a comunidade luta por água encanada e sonha em possuir um poço profundo com dessalinizador. A dificuldade é tanta que o marido dela passou um ano sem conseguir "fazer uma diária".

A senhora Ângela sobrevive do programa Bolsa Família e do dinheiro que o companheiro consegue quando arruma trabalho. Ela sonha em um sistema próprio de abastecimento.

"Para fazer todas as atividades domésticas é preciso se adaptar com essa dificuldade. Se não economizar, você fica sem", destaca Janete. Para ela, a água é o início da vida. "Além da água tratada, nossas crianças estão precisando de educação, de apoio, porque o mundo tá cruel.", reforça.

Odete tem um filho com necessidades especiais. Além de tirar água da cisterna para fazer o trabalho doméstico, a economia é redobrada, pois não pode faltar. Mesmo com a luta diária, ela não tira o sorriso do rosto. "Pra quê tristeza? A gente tem que tá é alegre. Tristeza não paga contas", desabafa. Acompanhe o vídeo:

Por André Barros
Editor do Blog Notícias de Pentecoste

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