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sexta-feira, 2 de junho de 2017

Gonzaga Barbosa em a crônica do Mês: AMAR E MUDAR O MUNDO JÁ NÃO ME INTERESSA MAIS

Estava mais angustiado do que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal... A morte, talvez o reencontro inesperado de um artista com seus fãs. E foi assim que tivemos o nosso Belchior de volta para casa; mudo, mas ovacionado por sua legião, e diante da sua gigantesca arquitetura musical(um ser de múltiplas facetas); Que amar e mudar o mundo já não lhe interessa mais...

Manhã de domingo... E em vez de ouvir os seus acordes, ouvi alguém dizer: “a poesia foi dormir e não acordou mais”. Não há mais passagem de som, a sua passagem agora se aglutina a uma eterna solidão. Sua partitura hoje levita diante de seus acordes que não acordaram jamais. Confesso que chorei, e no choro do cronista vieram as lembranças de outros latinos americanos que também se foram sem tempo de mudar o mundo. Jerry, Cazuza, Rossi, Jair, Elis, Gonzaguinha e muitos outros que desapareceram sem deixar substitutos!

E a boa música, que não ecoa mais! E como preencher essa lacuna com a ausência dessa fábrica de letras, hoje adormecida? Se Bel era um abrupto do desejo e da desilusão movido no seu próprio medo! Medo de estar por fora, medo de andar por dentro de seu coração... Antonio Belchior foi e sempre será um arquiteto da poesia nordestina que não poupou palavras nas suas fartas criações. Assim como um canto torto feito faca cortando a carne de vocês! Na entoada típica ao seu modo, vida e liberdade.

E se você vier me perguntar por onde andei, no tempo em que você sonhava! Estava ali, bem pertinho de você, reescrevendo a minha história tão simples, mas difícil de contar, meio ao perfeito e à imperfeição. E o volta Bel! em que tantos desejavam Já não haverá mais, como também, galo em noites de quintais. E quando encontraremos respostas pra morte?! Depois de perguntar quantos morrem depois que você morre! Volta ao pó... Um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco, sem parente importante e vindo do interior.

Chego ao fim! Mas certo de que nunca será fácil escrever para o seu ídolo. Talvez a crônica mais difícil da minha vida, pela simplicidade que foi Belchior...

Gonzaga Barbosa em a crônica do Mês

30/05/17

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