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sexta-feira, 10 de março de 2017

Moradores de rua evitam abrigo para não abandonar cachorros

Os cachorrinhos Thor e Magrela são tratados como filhos por Maria Aparecida Siqueira (38) e seu companheiro Valdir Almeida da Silva (27), casal que vive no canteiro central da avenida Atiliano de Moura, no bairro Patriolino Ribeiro, em Fortaleza. Para Maria, o carinho dado aos dois animais supre a ausência que sente dos filhos de 10 e 16 anos, que moram em Pernambuco com familiares. Nesta semana, os moradores de rua tiveram os pertences levados pela Prefeitura de Fortaleza, através de fiscais da Secretaria Executiva Regional II (SER II). 

A Prefeitura de Fortaleza afirma que o casal ocupa o canteiro de forma irregular e já ofereceu “diversas possibilidades de atendimento no âmbito da assistência social, tais como o acolhimento institucional na Unidade de Famílias na Parangaba, como também na Pousada Social, além da inscrição dos mesmos no Programa Aluguel Social, do Município de Fortaleza”, explica a SER II, em nota ao CNEWS. A resistência se deve ao fato de o casal se negar a abandonar os animais, que não podem ficar nos centros de atendimento. 

“Não posso dormir, não posso ficar coberta, enquanto eles [cachorros] ficam no frio”, disse Maria Aparecida.

A cada abordagem dos fiscais do município, os bens da família são levados. Nesta semana, pela quarta vez, os pertences de Maria e Valdir foram recolhidos. De acordo com Valdir Almeida, levaram o carrinho de coleta, alimentos, barraca, roupas e panelas. “Deixaram a gente só com a roupa que a gente estava vestindo”, comentou. E desta vez um agravante: O casal não estava no canteiro quando os fiscais chegaram para recolher os objetos da família. 

Sobre o recolhimento, a Secretaria Regional II informou em nota que está “cumprindo com suas obrigações legais e respondendo a denúncias de ocupação irregular do espaço público”. Porém, o casal não entende a origem das denúncias, uma vez que os moradores do entorno sempre os ajudam com roupas, alimentos e outras doações. “Quando pegaram nossas coisas dessa vez, foram eles que disseram pra gente”, comentou Valdir. 

Devido ao problema causado pela ação dos fiscais, o Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas (NDHAC) da Defensoria, abriu uma ação de indenização por danos morais e materiais contra o município de Fortaleza, requerendo o valor de R$ 20 mil para cada um dos catadores.

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