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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A Crônica do mês - Gonzaga Barbosa: UMA CRÔNICA COMO ADEUS!

UMA CRÔNICA COMO ADEUS!

(À Renata Pereira)
Uma amizade que durou muitos anos... Mas com uma profunda coesão na década de noventa, quando exercíamos as mesmas funções, conselheiros tutelares no CONTUPE em Pentecoste. E em outras ocasiões, “antes e depois” membros das Associações dos moradores de Pedreira e Associação Cultural dos Artistas de Pentecoste – ACAPE. Para os que não sabem, Renata Pereira transitava entre o estereótipo mundo real e o fictício. Um dia operária, outro abelha rainha; um dia cara pintada, outro escravocrata do serviço público, e nos meus momentos de rebeldia conselheira de um conselheiro que discordava vez por outra do patrão e do sistema (aí vinha a sua puxada de orelha). Mas sem tirar-me o brilho da revolução!

Sem falar que tivemos uma infância muito próxima no querido bairro de Pedreira, tempo suficiente até para rolar uma paquera quando adolescentes! Tempo em que o tempo na sua plenitude não voltará jamais, em face aos atalhos que a vida nos proporciona. E distinto a outras atividades, presenciei e muito bem o seu lado artístico (Entre a comédia e o drama), nos quais desempenhava bem com muita singularidade a sua personagem RENATINETE: extravagante, original, mas sempre fiel ao seu estilo humanitário de quem, dia pós dia, vive e não desconhece o seu estado sombrio. E isso com certeza nunca sairá da minha mente (Assim como a canção, de minha autoria, SONHOS, na sua interpretação), nos festivais dos anos noventa no nosso bairro de Pedreira.

Falar da personagem forte é falar da pessoa maleável e distinta às causas nobres do bairro que te viu crescer. Rotulada por muitos como uma pessoa de classe média, no entanto um poço de humildade diante dos seus amigos e das pessoas que te rodeavam (Que o diga a MIMI que a beijou reiteradas vezes dentro do caixão). Resumindo o cronista: a simplicidade em pessoa! Recebendo até homenagem poética nos meados dos anos noventa:

Você, a adequação do seu desejo próprio,

O lado oposto de um sombrio coração.

A dissonância em seu estado sóbrio,

No entanto, o estereótipo! Sem costela e sem Adão...

Sábado perfeito para uns aperitivos ou coisa assim (E nós gostávamos disso), pois num é que me vem à dolorosa notícia pelas redes sociais: “A Renata morreu!” E mesmo sabendo do seu grau de comprometimento não quis acreditar, só respirei fundo e retruquei: por que não a Renatinete?! Assim teríamos por mais tempos a nossa matriz. Talvez o egocentrismo e a nossa missão de sempre em primeiro lugar “o trabalho, os amores até, sei lá...”, deixarmos de ouvir um amigo, antes que a morte chegue. E isso aconteceu comigo. Já não faz muito tempo, só ouvi o seu bradar, na esquina do Joaquim: Gonga... (Era assim que ela me chamava). Ainda pensei voltar,

mas senti que estava atrasado para um compromisso! (E pensei: na volta a gente conversa), achando que tinha todo tempo do mundo para te ver.

Agora, conversando com os meus botões, sinto que não há mais tempo pra nós dois, também para os seus pares, a não ser que exista vida após a morte (coisa divina). Mesmo assim ainda tive tempo de balbuciar: como somos ingratos! Na vida não mandamos flores, na morte tentamos nos redimir com aquilo que deixamos de oferecer. Falar isso logo eu, que de corpo presente evitei chorar, para aplaudir contrários que um dia te fez chorar. Agora entendo o acaso do fim da vida, um corpo presente indefeso e um público presente e não seleto que pouco sabe de você...

Gonzaga Barbosa em A Crônica do Mês...

Eternamente RENATA - 14/01/17

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