Na última semana o município de Pentecoste completou seus 142 anos de emancipação política. Tivemos no último dia 23 de agosto o aniversário da terra “concebida na vasta campina entre os rios Curu e Canindé”. Alguns eventos marcaram a semana do município, como popularmente é conhecido esse momento. Além de comemorar é importante analisarmos o contexto político e social momentaneamente estabelecido em nossa cidade. Não apenas pão e circo, como muitos gostam, mas refletir sobre o município que temos e o município que queremos. E finalmente termos condições de responder a pergunta: comemoramos o que?
Seca, crise política, crise econômica, dificuldades nas mais diversas áreas como educação, saúde, agricultura, geração de emprego e renda, são exemplos claros dos graves problemas que enfrentamos atualmente, que se não enfrentados com habilidade e com atenção podem nos custar muito caro. Some-se aos fatos citados, a inexistência de planejamento, de um plano de desenvolvimento para nosso município. Logicamente seria injustiça descarregarmos toda a culpa da atual condição nos ombros da gestão “Construindo o futuro”, pois esse processo já se arrasta ao longo de alguns anos. Mas também não podemos compactuar com o jogo de transferências de responsabilidades, o fatídico discurso “isso é atribuição do estado”, ou “aquilo é competência da união”, como se o gestor municipal não tivesse capacidade e não dispusesse de mecanismos para superar as dificuldades.
Tivemos inaugurações. De praça herdada da gestão passada, passando por quadra coberta inacabada, da inauguração de dessalinizadores e a ilustre presença do governador do estado do Ceará e comitiva, passando pelo testemunho lamentável de uma “guerra” de bolo, pela falta de organização da administração local, da entrega de um galpão de fábrica que já fora inaugurado passando finalmente pela grande obra, sem trocadilhos, Academia da Saúde que comprometeu urbanisticamente nossa praça maior. Enfim, tivemos de tudo!
Tivemos festa na praça. Isso mesmo, a festa tão tradicional de nosso município que quase não foi realizada primeiro por culpa atribuída ao governo, depois pela falta de recursos, depois pela seca. Mas como num passe de mágica, a conta bancária da Prefeitura de Pentecoste ficou recheada, a seca foi superada, e a festa realizada! Inclusive com atração estadual licitada por módicos R$ 2.500,00! No final tivemos uma calorosa vaia dedicada a Excelentíssima Senhora Prefeita e ao seu fiel escudeiro, o Super-Secretário de Administração e Finanças. Definitivamente, tivemos de tudo!
Diante desse quadro comemoramos realmente o que? A alegria de ser pentecostense, de ser a maior riqueza de nossa cidade, de continuarmos “o povo que não se cansa de ter coragem de ser”! O despertar de um novo cidadão, de uma nova cidadã, cada vez mais críticos e recheados de informação. A afirmação da livre expressão de pensamento através das discussões e as intensas mobilizações das mídias sociais e o fortalecimento da democracia com a livre manifestação popular. Parabéns povo pentecostense! Que nunca esqueçamos que é nosso dever cantar o chão que nos viu nascer, e o que ontem foi luta hoje é glória dos que crêem nos seus ideais e escrevem seus nomes na história quando a morte os proclama imortais!
Vereador Daniel do Zé Gomes
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